São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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PARA ENTENDER O CASO

Na quinta-feira passada, 4 de agosto, a Folha comprou da campanha do presidenciável Flávio Rocha (PL) um lote de R$ 140 mil em bônus eleitorais, em troca de um cheque de R$ 70 mil
A Folha tentou adquirir bônus depois de receber a informação de que partidos estariam realizando vendas com deságio
A transação, iniciada no dia 29 de julho, foi concluída na noite de quinta, nas sedes das empresas Guararapes e Riachuelo, pertencentes à família de Rocha, em São Paulo.
Foram dez telefonemas até a aquisição do lote de R$ 140 mil (28 bônus no valor de R$ 5.000 cada)
A numeração de série dos bônus adquiridos, com a inscrição PARTIDO LIBERAL, vai de 2200299505 a 2200299532
As negociações foram feitas com Teófilo Furtado Neto, executivo da Guararapes e presidente da Comissão de Finanças do PL
A transação mostrou a existência de um mercado paralelo para a venda ilegal de bônus eleitorais com desconto
Após a revelação da fraude pela Folha, em 5 de agosto, a Procuradoria Geral da República pede que o Tribunal Superior Eleitoral exija do PL a prestação de contas da campanha
Ainda no dia 5, a Polícia Federal, a mando do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, apreende os bônus da campanha de Rocha na sede da Guararapes
No sábado, 6 de agosto, o TSE dá a Rocha 48 horas para apresentar as contas da campanha eleitoral
Na segunda-feira, 8 de agosto, a Receita Federal informa que a venda de bônus com deságio constitui crime contra a Ordem Tributária, com multa de 300% sobre o desconto concedido pelo partido
Rocha acusa setores do PL de "minar" sua candidatura em favor de FHC (PSDB). Afirma que a Folha "tirou proveito" de seu pai, Nevaldo Rocha, sócio majoritário da Guararapes e participante da venda dos bônus com deságio
No dia 9, o candidato entrega ao TSE a prestação de contas de sua campanha. No dia 10, o presidente do PL, Álvaro Valle (RJ), anuncia a renúncia de Rocha.

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