São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994 |
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Nova peça é 'versão nordestina' de Shakespeare
NELSON DE SÁ
"Eu estou fazendo a versão nordestina de 'Macbeth"', diz ele. "Tanto é assim que é 'Macbéth', não 'Macbeth'." Quer dizer, com sotaque. Para tanto, Romero volta a inspirar-se, para a encenação e sobretudo para a tradução, em sua vivência em Pernambuco –como explica, falando o que vai mudar em sua versão da peça: "Na tradição do folheto, que eu acho muito boa, quando eles vão mencionar países eles nunca botam com uma coerência de geografia. Eles misturam nomes reais com nomes de lugares fictícios, com nomes de constelações, que é para ficar uma pátria fictícia, um país imaginário. Para ser na Escócia fica demais para o meu gosto (ri). Não dá para mim. (ri) Para um nordestino fica difícil." A ligação de Romero de Andrade Lima com a peça começou há três anos, quando trabalhou com o diretor Antunes Filho na montagem de "Trono de Sangue", em outra versão, de sucesso, para a tragédia. Na época, além de criar os figurinos, aproximou-se ainda da própria tradução, começando assim o trabalho atual. Ele afirma que a montagem –embora tendo um texto original, de um dramaturgo externo, o que é novidade nos seus espetáculos– "está ligado a tudo o que venho fazendo". O que, diz Romero, acontece não só pela temática de "Macbeth", que opõe o homem ao sobrenatural, mas também pela própria poética da peça. "É para quem gosta de versos e música", diz Romero de Andrade Lima, lembrando que se trata de um poema dramático –diferente, acredita ele, das demais tragédias de Shakespeare.(NS) Texto Anterior: Se tudo que fosse feito ficasse só no que fosse feito Próximo Texto: Precisamos de um lar espiritural Índice |
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