São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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ONU ameaça sérvios e muçulmanos da Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O comandante das tropas da ONU na Bósnia ameaçou ontem pedir a realização de ataques aéreos contra sérvios e muçulmanos.
É a primeira vez que os muçulmanos são ameaçados com a possibilidade de ataques aéreos desde o início da guerra, em 92.
Combates entre as duas facções estão violando uma zona de exclusão militar ao redor de Sarajevo.
Um porta-voz da ONU disse que o comandante das tropas das Nações Unidas na Bósnia, general Michael Rose, disse que se os combates continuarem, "serão usados todos os meios possíveis para interrompê-los", incluindo ataques da Otan (aliança militar ocidental).
Foram disparados ontem mais de 400 morteiros ao redor e no interior de uma região de 20 quilômetros ao redor da capital da Bósnia. Um acordo proíbe o uso de armas pesadas na área.
Aviões da Otan já atacaram os sérvios três vezes. A última delas foi na sexta-feira, em represália à tomada de armas pesadas que estavam em um depósito da ONU.
A ONU detectou movimentação de soldados do Exército bósnio para a linha de combate perto de Sarajevo, mas informou que a situação havia se acalmado.
Os ataques muçulmanos são parte do aumento da pressão contra os sérvios, abalados pelo corte de relações com a Iugoslávia (Sérvia e Montenegro).
A Sérvia era o principal fornecedor de armas e dinheiro aos sérvios da Bósnia e rompeu relações com eles na semana passada, temendo o aumento de sanções internacionais por causa da rejeição pelos sérvios de um plano de paz.
Um helicóptero britânico da ONU foi atingido ontem em Sarajevo por disparos de armas leves. Uma das balas atingiu a cabine, mas não houve feridos. Não se sabe quem atirou contra a aeronave.
O líder muçulmano Fikret Abdic, que luta com o Exército bósnio em parte da região de Bihac, disse que está disposto a negociar com o governo.
Abdic, um ex-membro do governo, declarou a autonomia da região após a rejeição de um plano de paz no ano passado.
Ele se reuniu com um representante da ONU. O governo exige que ele ceda suas tropas ao Exército e renuncie à autonomia em troca do fim da ofensiva em Bihac.

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