São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 1994
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Setor gera emprego a 6 milhões de brasileiros

LEDA LOUZANE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O turismo ocupa hoje a posição de maior indústria e de maior gerador de empregos do mundo.
No Brasil, também é um mercado em expansão. Segundo dados do World Travel & Tourism Council (WTTC) –entidade que reúne mundialmente as maiores empresas do setor)– gera empregos diretos para 6 milhões de brasileiros (um em cada 11 trabalhadores atua na área).
O turismo também é responsável por 7,8% do PIB (Produto Interno Bruto) direto e indireto no país, gerando recursos da ordem de US$ 45 bilhões do PIB.
O mercado investe ainda US$ 7,3 bilhões em novas instalaões e equipamentos.
Apesar disso, esse setor que se expande no mundo inteiro recebe apenas 3,3% do total dos gastos públicos no Brasil, mostra o estudo da WTTC.
São Paulo é o mais importante centro de consumo desse mercado. Cerca de 50% das viagens do país são geradas no Estado.
Quem quiser entrar no setor, encontra na capital vários tipos de cursos. Eles variam desde o nível universitário superior até cursos-relâmpagos de nível técnico médio (veja quadro abaixo).
Universidade
A universidade forma o bacharel em turismo. Durante boa parte do curso, o aluno investiga, estuda e caracteriza as ofertas e demandas relativas ao setor.
O objetivo é habilitá-lo para desenvolver programas, projetos voltados a estâncias turísticas e regiões ecológicas.
Ele também aprende a implantar e administrar empresas de diferentes segmentos de turismo, além de promover e organizar eventos.
Faz ainda parte do trabalho desse profissional providenciar passagens, hospedagem, transporte e, se necessário, passaportes e vistos para o embarque do passageiro.
Na parte prática, o estudante faz pesquisas de campo, viagens de estudos e visitas técnicas acompanhadas por coordenadores.
É obrigatório o estágio supervisionado em entidades oficiais, privadas ou empresas hoteleiras.
Dura quatro anos e não há regulamentação para a profissão (leia texto na pág. 6-20), o que provoca uma disputa de vagas com pessoal não-qualificado.
As principais fontes de empregos são empresas promotoras de eventos e de recreação, companhias aéreas, agências de viagens, hotéis, prefeituras e órgãos governamentais ligados ao setor.
No setor público, o mercado restringe-se a órgãos como a Secretaria Nacional de Turismo e Serviços, do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, e o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).
O lazer –representado pelos restaurantes e casas noturnas– também oferece chances ao profissional de turismo.
As carreiras universitárias tecnológicas formam o tecnólogo de turismo. Este tecnólogo planeja excursões, viagens de turismo ou de estudos, peregrinações religiosas, feiras e congressos.
Encarrega-se da recepção e do atendimento dos viajantes, faz reservas em hotéis, marca passagens e cuida da documentação.
Pode atuar também como guia turístico, programando pontos a serem visitados e informando sobre esses locais.
O tecnólogo pode atuar em hotéis, campings, empresas de lazer, clubes, parques de diversão, operadoras de turismo, agências de viagens, centros de convenções, companhias organizadoras de eventos e órgãos públicos ligados ao setor.
Não há regulamentação profissional. A maioria das aulas é teórica e o aluno aprende matérias como administração de empresas turísticas, hotelaria e técnica do turismo. Inglês é fundamental no currículo.
A duração mínima do curso são três anos e há estágio obrigatório.
Existem ainda os cursos rápidos, conhecidos como relâmpagos, de nível técnico médio.
Têm duração média de três a doze meses e são oferecidos por escolas e centros técnicos. Muitas vezes são encomendados por agências e operadoras do ramo para formar suas próprias equipes.

Colaborou SIMONE GALIB, da Reportagem Local.

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