São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 1994
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Aprovação ao Plano Real sobe para 75%

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Todas as avaliações positivas a respeito do Plano Real aumentaram na última pesquisa do Datafolha, realizada nos dias 8 e 9 deste mês. Mas a variação foi mínima.
As respostas positivas aumentaram de dois a três pontos percentuais. Embora a alta tenha sido constante desde o lançamento do plano, é possível que a aprovação esteja chegando ao teto máximo.
Outro dado importante: o plano tem maior aceitação nos municípios pequenos, de até 19.600 eleitores. As grandes cidades, com mais de 160 mil eleitores, dão as menores notas ao real.
Chegou a 75% o número de eleitores que consideram o Plano Real bom para o país, contra 72% na pesquisa anterior, realizada nos dias 25 e 26 de julho. Agora, três entre quatro eleitores aprovam o plano.
Os eleitores que se consideram pessoalmente beneficiados passaram a 53%, contra 51% na pesquisa anterior. Esse item indica a quantidade de pessoas que sente a vida melhor com o fim da inflação, independente de ter ou não obtido ganho salarial.
Na pergunta sobre o poder de compra dos salários, apenas 28% dos eleitores acham que aumentou. Na pesquisa anterior, esse número era de 26%.
Essa combinação de respostas, frequente desde a primeira pesquisa, confirma que o eleitor distingue entre a avaliação geral do plano e sua situação pessoal nas novas condições econômicas.
Na distribuição por regiões, a aprovação varia de 73% no Sudeste, que concentra os maiores contingentes eleitorais, a 77% no Nordeste e Norte/Centro-Oeste, esta a região menos populosa.
Por outro lado, é no Interior e nos pequenos municípios que há mais eleitores considerando-se pessoalmente beneficiados, 56% e 57%, respectivamente.
Nas capitais e nos grandes municípios, cai para 47% a porcentagem dos que se sentem pessoalmente beneficiados. Nas cidades médias, 54% se consideram beneficiados.
Mantendo a lógica, na capital e nos grandes municípios encontra-se a maior porcentagem dos que se considerm prejudicados, 18%.
Na distribuição por regiões, 58% dos eleitores do Nordeste se consideram beneficiados. É o maior índice. O menor está no Sudeste, 49%.
Entre os que se consideram prejudicados, a maior taxa está no Sul, 17%. A menor no Norte/Centro-Oeste, onde apenas 12% dos eleitores se sentem prejudicados.
Como na pesquisa anterior, quase a metade dos eleitores acha que o Plano Real não aumentou nem diminuiu o poder de compra dos salários. Eram 46%, agora são 45%.
E neste item, inverte-se a relação observada nas perguntas anteriores. Os eleitores das capitais e dos grandes municípios, que dão as menores notas ao plano, são os que mais reportam ganhos salariais (29%).
No Interior, essa taxa cai para 27%. Nos pequenos municípios, 26%. Nos municípios médios, 28% acham que o salário melhorou.
Mas nas capitais e grandes municípios estão também as maiores porcentagens dos que relatam perdas salariais, 26% e 25%, respectivamente.
Nos pequenos municípios, apenas 20% acham que o salário perdeu depois do real. No Interior, 21%.
A porcentagem dos que consideram o poder de compra inalterado varia de 48% (pequenos municípios) a 42% (capitais e grandes municípios).
Na distribuição por regiões, 29% dos eleitores do Sudeste e 28% do Sul acham que poder de compra aumentou. São as duas regiões que concentram a indústria brasileira.

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