São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 1994
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Morre Peter Cushing, o cavalheiro do terror

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Morreu ontem aos 81 anos o ator britânico Peter Cushing. Ele estava internado há uma semana em uma casa de repouso para idosos em Kent (sul da Inglaterra), com câncer na próstata.
Nascido em 25 de maio de 1913, na cidade de Kenley (Surrey), foi para Hollywood no fim dos anos 30, onde iniciou sua carreira de quase cem filmes com James Whale (mestre do filme de horror da Universal), em "O Máscara de Ferro" (1939).
Fez diversos filmes, inclusive com a dupla Laurel e Hardy (O Gordo e o Magro). Mas é na Inglaterra, para onde retorna em 1948, que se firma.
Seu grande momento coincide, em linhas gerais, com o apogeu da Hammer, firma especializada em filmes populares, especialmente de terror. Formou com Christopher Lee e Vincent Price o trio de principais atores do gênero.
O diretor Terence Fisher explorou sua principal característica (a elegância britânica), fazendo dele um Sherlock Holmes exemplar em "O Cão dos Baskervilles" (1959).
Também com Fisher foi várias vezes o dr. Van Helsing, inimigo íntimo do conde Drácula (em geral feito por Christopher Lee) em uma série de filmes que marcou o cinema britânico. Ainda com Fisher brilhou como o barão Frankenstein, no fim dos anos 50.
Nos anos 60, trabalharia várias vezes com Freddie Francis, diretor bem menos importante do que Terence Fisher, embora fotógrafo de primeira linha.
Voltaria a trabalhar com Christopher Lee em um filme de grande sucesso, "A Câmara dos Horrores do Abominável Dr. Phibes" (72).
Manteve-se ativo nos anos 70, mas após a morte da mulher, Helen, em 71, "esperava a hora de juntar-se a ela", segundo seu amigo e produtor Kevin Francis.
Cushing, que sofria de câncer desde 1982, marcou o cinema com um cavalheirismo que tinha algo de tétrico. Sua figura, em que a fineza e o sombrio pareciam travar um combate permanente, é de um grande senhor das trevas.

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