São Paulo, sábado, 13 de agosto de 1994
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Juro, dólar e Bolsa fecham semana em alta

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

Juros, Bolsas e dólar fecharam a semana em alta. Não é um cenário consistente. Juros mais altos deveriam ajudar a depreciar o câmbio. Mas era sexta-feira.
Os bancos fecharam a semana operando o dólar à vista contra o mercado futuro e continuou o movimento de realização de lucro (comprando dólares) dos que tinham apostado na baixa das cotações (vendidos). A expectativa de queda permanece para a próxima semana.
Ontem, o BC atuou duas vezes no overnight –o sentido foi o mesmo dos últimos dias, o de manter as taxas de juros estáveis.
A novidade foi um descolamento das taxas no over e no CDI (negócios de um dia com títulos privados).
É que dois bancos peso-pesados do mercado atuaram tomando recursos no CDI e pressionaram as taxas.
Segundo interpretação do mercado, a forma de atuação destes bancos é fruto de acordo para facilitar o financiamento diário das posições de bancos estaduais. Isto é, estes bancos estariam captando recursos no interbancário para repassá-los à instituições estaduais.
Se os estaduais tivessem captando diretamente pagariam uma taxa de até 0,8 ponto percentual sobre o juro do CDI.
As Bolsas reagiram positivamente às novas pesquisas eleitorais. Não subiram mais porque o mercado está "preso" na disputa entre "comprados" e "vendidos" no mercado de opções (vence segunda-feira) e do índice (quarta-feira). (JCO)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,11% no último dia 10. A taxa média do over, segundo o mercado, foi de 5,29% ao mês, o que significou rentabilidade diária de 0,18%. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa oscilou ao redor de 5,30% ao mês. Para instituições de segunda linha, o juro chego até a 5,8%.

CDB e caderneta
As cadernetas rendem 4,4507% no dia 13. As taxas dos CDBs prefixados para 30 dias variaram, para grandes quantias, entre 49% e 50% ao ano. Títulos pós-fixados de 122 dias pagaram juros de 17% a 18% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa oscilou de 5,30% a 5,40% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas ficaram entre 49% e 58% ao mês.

No exterior
Prime rate: 7,25%. Libor: 5,31%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 45.471 pontos com alta de 1,8% e volume financeiro de R$ 321,28 milhões, contra R$ 335,13 milhões no pregão anterior. Rio: alta de 2,6% (I-Senn), fechando com 17.665 pontos e volume financeiro de R$ 36,209 milhões, contra R$ 78,077 milhões no pregão anterior.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.768,71 pontos, contra 3.750,90 pontos no pregão anterior. O índice Financial Times em Londres fechou a 2.469,20 pontos, contra 2.460,50 no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.663,83 pontos, contra 20.821,36 pontos no pregão anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,903 (compra) e R$ 0,905 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado por R$ 0,904 (compra) e R$ 0,906 (venda). "Black": R$ 0,905 (compra) e R$ 0,915 (venda). "Black" cabo: R$ 0,915 (compra) e R$ 0,925 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,88 (compra) e R$ 0,91 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,09%, fechando a R$ 11,05 o grama na BM&F, movimentando 2,23 toneladas, contra 4,1 toneladas no dia anterior.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada ontem a US$ 1,5455. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5556 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,30 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 376,20.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para agosto fechou a 4,09% ao mês, a 3,61% para setembro. O volume negociado foi de R$ 4,21 bilhões.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,9159 para 31 de agosto, R$ 0,934 para 30 de setembro.
O índice Bovespa no mercado futuro foi cotado a 45.800 pontos para 17 de agosto.
O índice Bovespa no mercado futuro para outubro fechou a 49.150 pontos com valorização de 5,86%.

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