São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994
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Bienal investe em grandes nomes e domina atenção

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Bienal investe em grandes nomes e domina atenções
O termômetro das artes plásticas brasileiras vai acusar estado febril em meados de outubro, com a abertura da 22ª Bienal Internacional de São Paulo. No resto vai imperar a mornidão de sempre, mas dá para evitar calafrios.
A Bienal vai investir em grandes nomes como Mondrian, Malevitch, Rauschenberg, Rivera e Fontana, vai trazer obras de consagrados menos conhecidos por aqui, como Torres García, Jesus Soto, Marcel Broodthaers e Gary Hill, e vai reunir outros 162 artistas de 71 países.
A multidão de nomes desconhecidos e a multiplicidade de tendências, somadas à ambição dos organizadores e às dificuldades de organização, podem ou redundar num samba do crioulo doido ou criar uma riqueza de interpretações que há muito não se vê no evento.
No restante, há um pouco de tudo, embora o todo seja pouco. Há individuais de talentos veteranos, como Antonio Lizárraga, Antonio Dias, José Resende, Iole de Freitas e Waltércio Caldas, todos exibindo obras inéditas. E de jovens, como Ângelo Venosa, Celso Renato e Paulo Monteiro.
Além disso, duas coletivas, uma de artistas alemães já consagrados e a outra de americanos recém-despontados, trazem um pouco de informação nova ao público. De estrangeiros contemporâneos há ainda as exposições dos craques portugueses Julião Sarmento e Pedro Cabrita Reis.
Há mais coletivas interessantes. Em especial, "Brasil dos Viajantes", com 300 obras dos que se deslumbraram com as paragens tropicais, e "Freud e a Arqueologia", que ora deslumbra o Rio.
E uma das vergonhas computadas este ano, a frouxa comemoração do centenário de Victor Brecheret (1894-1955), talvez seja aliviada. Em dezembro, o Museu Brasileiro da Escultura será inaugurado com exposição de 80 obras do escultor modernista. Sempre há boas notícias em que se apegar.

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