São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994
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O novo fôlego do velho mestre

FERNANDA PEIXOTO

O mineiro Amílcar de Castro (1920), um de nossos maiores artistas, continua produzindo intensamente. Prova disso são as esculturas recentes em ferro e os "desenhos" feitos com tinta acrílica sobre tela apresentados nesta individual. Após um período de formação como escultor figurativo, do aprendizado em Minas com Guignard e da fase dedicada aos desenhos –onde já se anuncia a passagem para a abstração–, Amílcar mudou-se para o Rio de Janeiro. Neste segundo momento, sofreu as influências da arte concreta de Max Bill e as repercussões da Primeira Bienal de São Paulo, passando do desenho abstrato para a escultura concreta.
Em 1959, assinaria com Ferreira Gullar, Franz Weissmann e Lygia Clark (entre outros) o Manifesto Neoconcreto –a produção neoconcreta caracteriza-se pelo corte e pela dobra. Do período americano (1968-1970) ficaram os anéis que enlaçam chapas de aço inoxidável. Dos anos 70 para cá, Amílcar reabilita antigos projetos, inicia outros. Há, por exemplo, uma retomada livre do desenho, com seus traços largos e vigorosos. A escultura conhece novas experiências: o ferro compacto não é dobrado como antes, mas sim cortado, vazado para a passagem da luz.
Gabinete de Arte Raquel Arnaud. R. Artur de Azevedo, 401, Pinheiros, zona oeste. Tel. 883-6322. Segunda a sexta: 10h/19h. Sábado: 11h/14h.

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