São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 1994 |
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Brizola compara o Plano Real a 'cálice envenenado' Candidato do PDT diz que plano "desestrutura" país GEORGE ALONSO
Brizola citou o Plano Cruzado (de 1986) e disse não saber se daria continuidade ao Real, se eleito. "É preciso primeiro ver o estrago causado." "Esses planos são assim. Dão um cálice envenenado para todo mundo e depois a economia fica mais desorganizada", declarou, logo após sair do "Programa Livre", no SBT. Durante o programa para jovens, o ex-governador do Rio sugeriu, com ironia, que Fernando Henrique Cardoso, candidato do PSDB/PFL à Presidência, não conhece o país. "É bom acadêmico, mas se sobrevoar o Sul é capaz de achar que os campos de trigo são campos de golfe", disse. Apesar de o PT já ter dado sinais de que gostaria do apoio do PDT no segundo turno, Brizola preferiu ontem acenar para uma união com o PMDB. "O ex-governador Quércia deveria pensar já. Seria melhor se nós somássemos forças." Embora não tenha descartado eventual apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, Brizola disse que Lula "não tem quilometragem" para um confronto com FHC. "Vai entregar a rapadura. E vamos todos nós para o atoleiro de novo como em 89", disse. Brizola (com 6% de intenção de voto, segundo pesquisa Datafolha, de 8 e 9 de agosto) defendeu a hipótese, remota, de união das "forças de centro-esquerda" em torno dele. Diante dos estudantes, Brizola se saiu bem, apesar das "saias-justas" a que foi submetido. A pior se referia à sua postura em relação ao uso de drogas por sua filha Neusinha. "Espero que ela já tenha saído desse problema", afirmou. Alguns jovens chegaram a sugerir, com perguntas, que Brizola tinha idéias ultrapassadas, devido à idade, e deveria primeiro consertar o Rio para depois tentar a Presidência. Texto Anterior: TRE dá direito de resposta ao PT em capa da "IstoÉ"; revista recorre Próximo Texto: OAB lança campanha por voto consciente Índice |
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