São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 1994
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Estado gasta 7,5% do previsto para o Tietê

LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O contrato entre o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o governo do Estado, que prevê a aplicação de US$ 900 milhões no programa de despoluição do rio Tietê, só desembolsou até o momento US$ 68 milhões, o equivalente a 7,5% do total.
O contrato, assinado com a Sabesp em dezembro de 92, prevê investimentos durante quatro anos, até dezembro de 1996.
A Sabesp deve financiar US$ 450 milhões e o BID os outros US$ 450 milhões. O regime do financiamento é de contrapartida. Para cada dólar aplicado pela Sabesp, o BID libera o equivalente.
Entre as obras a serem executadas com o financiamento estão as estações de tratamento de esgoto Parque Novo Mundo e São Miguel, 315 km de coletores-troncos e 250 mil ligações domiciliares.
O presidente da Sabesp, Luiz Appolonio Neto, 45, nega porém que o percentual já desembolsado represente um volume pequeno de obras em relação ao cronograma.
Ele diz que há 52 obras em andamento e que muitas foram contratadas com valores abaixo do projetado. Cita como exemplo a estação do Parque Novo Mundo, orçada em US$ 42 milhões, que saiu por US$ 21 milhões.
Já o empresário Antônio Carlos Germano Gomes, 36, da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), diz que a Sabesp não tem caixa suficiente para realizar amplos investimentos no programa de despoluição e assim obter mais recursos em contrapartida do BID.
Segundo ele, a empresa atravessa dificuldades financeiras e tem uma dívida acumulada de US$ 200 milhões junto a fornecedores.
"O programa de despoluição do Tietê é correto tecnicamente. Mas é furado em termos de financiamento", observou.
Segundo ele, o ideal seria que o governo aplicasse recursos próprios no projeto, sem deixar a Sabesp como única responsável.
Appolonio Neto porém afirma que o cronograma será cumprido até o final do contrato, no final de 96. A meta estabelecida é tratar 50% do esgoto residencial coletado na região metropolitana.
Atualmente, o Estado coleta 63% dos esgotos, dos quais apenas 19% são tratados.
Os US$ 900 milhões do contrato com o BID fazem parte da primeira fase do financiamento.
A segunda fase prevê mais US$ 1,2 bilhão.

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