São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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'Carne Crua' é exemplo de rock'n'roll

GABRIEL BASTOS JUNIOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Barão Vermelho é uma das maiores bandas do rock brasileiro. "Carne Crua" pode não ser seu melhor disco ("Maior Abandonado" e "Carnaval" são clássicos), mas é uma prova disto.
A maturidade que 13 anos de estrada conferem à banda está claramente representada em canções como "Meus Bons Amigos" e "Daqui Por Diante".
Mas as letras –principal problema desde a saída de Cazuza (impossível ignorar o marco histórico)– às vezes parecem bater cabeça com a melodia.
É o caso de "Sem Dó", parceria com Dulce Quental. É uma letra forte, do tipo que tem algo a dizer, mas que se perde nos vocais estilo "Haiti" (de Gil e Caetano em "Tropicália 2") de Frejat.
Só que um disco do Barão vem sendo, historicamente, melhor do que a maioria dos lançamentos de bandas novas.
"Carne Crua" não é exceção. A própria faixa título é candidata a se tornar "clássica" e prova que a banda não cansou.
"Seremos Macacos Outra Vez", a melhor faixa do disco, é um rock'n'roll básico com o charme de ter uma passagem de "Assim Falou Zaratustra", poema sinfônico de Richard Strauss famoso como trilha do filme "2001 –Uma Odisséia no Espaço"
O disco reafirma o Barão Vermelho como um dos grandes nomes do rock nacional. Uma prova de que rock'n'roll, além de atitude, pode ter boa música e letras inteligentes.(GBJ)

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