São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 1994
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EUA avaliam sexo e violência de games

DO "USA TODAY"

Um sistema de classificação de videogames terá que estar pronto, nos Estados Unidos, antes de os pais começarem a fazer as compras de férias para seus filhos.
Enquanto o Congresso aguarda, dois grupos comerciais desenvolvem sistemas de classificação de videogames que devem estar prontos próximo trimestre.
Para os senadores democratas Joseph Lieberman, do Connecticut, e Herb Kohl, de Wisconsin, que em dezembro passado criticaram a indústria dos videogames por sua violência, o ideal seria um único sistema.
Mesmo assim, Lieberman acha que está havendo progresso. "Estávamos na etapa de discutir se deveria haver um sistema classificatório, agora estamos na etapa de discutir qual sistema classificatório devemos adotar", disse ele.
Os dois senadores preferem um sistema proposto pela Associação do Software Digital Interativo (Interactive Digital Software Association, ou IDSA), que classifica os games por faixa etária e descreve seu conteúdo.
Um grupo liderado pela Associação dos Editores de Software (SPA) propõe a classificação dos games em categorias baseadas em seus conteúdos de violência, nudez/sexo e linguagem.
Ambos os sistemas propõem que as classificações constem nas embalagens e na publicidade dos games.
A IDSA pede que os fabricantes submetam partes dos games a um conselho classificatório. O Conselho Consultivo de Software Recreativo da SPA prefere que os fabricantes revelem seu conteúdo, através de um questionário computadorizado que seria analisado pelo conselho classificatório.
Lieberman se preocupa porque acha que "o classificador da SPA sequer assiste ao game". Mark Traphagen, consultor da SPA, argumenta que esse processo é basicamente igual ao da IDSA, já que são os fabricantes que escolhem os trechos a serem examinados.
A Associação do Software Digital Interativo (IDSA) vai explicar seu processo classificatório em uma audiência no Senado.
É a terceira audiência promovida pelos senadores democratas Joseph Lieberman e Herb Kohl desde que a violência dos videogames começou a chamar sua atenção, no ano passado.
Se os senadores ficarem satisfeitos, é possível que descartem um projeto de lei prevendo um sistema classificatório obrigatório.
Segundo Kohl, o sistema proposto pela IDSA satisfaz os critérios exigidos, enquanto o plano proposto pela Associação dos Editores de Software, deixa a desejar.
Pela proposta, um conselho classificatório independente vai classificar games em cartuchos, CDs e disquetes, baseado em amostras de seu conteúdo.
Classificações
As classificações serão: primeira infância –três anos de idade ou mais; de criança a adulto –a partir dos seis anos, poderia incluir games como "Sonic" e "Mario"; teen –de 13 anos para cima, poderia incluir games de luta como "Street Fighter 2"; adultos –a partir dos 17 anos, poderia usar vídeo digitalizado com atores reais, como em "Mortal Kombat"; só para adultos –nenhum game atualmente disponível em cartucho receberia essa classificação, que poderia ser aplicada aos games de computador de conteúdo sexual explícito.
Descrições adicionais tratam de tudo, desde as habilidades necessárias até tópicos que merecem a consideração dos pais.
Se o sistema for aprovado, deve constar dos novos games que estarão nas lojas no próximo trimestre. Os games já lançados não serão classificados.
Redes varejistas como a Wal-mart, a Toys R Us e a Babbages já se comprometeram a vender apenas software classificado.
Lieberman diz que os senadores deixaram pendente um projeto de lei que torna obrigatória a criação de um sistema classificatório, na esperança de que os dois grupos possam chegar a um acordo.
"Estamos numa etapa boa", disse ele. "Talvez nunca cheguemos à etapa perfeita".
Tradução de Clara Allain

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