São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 1994 |
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Privatização é bom negócio
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
No capital votante, os brasileiros, ambos ex-diretores do Bradesco, têm dois terços. Bracher, também ex-presidente do Banco Central, diz que o sucesso do BBA vem de uma fórmula simples: "Aqui somos todos bancários e trabalhamos juntos". A sede instalada em dois andares de um prédio futurista na avenida Paulista, em São Paulo, retrata o estilo do banco. Ninguém, nem o presidente do banco tem sala própria. Os diretores trabalham juntos, num salão vizinho à mesa de operações. Todos os funcionários se vêem trabalhando. O BBA, criado há apenas seis anos, é um banco de atacado, que, na definição de Bracher, significa o seguinte: tem como cliente a empresa que pode receber crédito de no mínimo US$ 1 milhão sem precisar oferecer garantias. No BBA, esse cliente não pode ter conta-corrente, serviço de cobrança nem crédito rural ou imobiliário. Os demais serviços financeiros estão à disposição. Por exemplo: o BBA é pioneiro no lançamento das export-notes, hoje uma coqueluche do mercado. É uma operação pela qual o banco toma dinheiro de exportadores e empresta para clientes locais. O BBA destacou-se também no processo de privatização. O banco não tinha moedas de privatização, mas organizou compradores e estruturou os negócios, ganhando por esses serviços. É líder nessas operações. Nas áreas de petroquímica e fertilizantes, foi rara a privatização ocorrida sem a participação do BBA. O banco juntou e coordenou mais de 30 grandes empresas. Ainda na área de mercado de capitais, o BBA coordena a emissão de bônus da NEC, empresa de telecomunicações, e do Banco ABC Roma, no exterior. As operações internacionais do BBA, feitas através da subsidiária instalada em Nassau, incluem ainda financiamento de exportações e importações. No geral, o serviço do BBA é arrumar a vida financeira das empresas, descobrindo o melhor meio de tomar crédito ou aplicar. Em 93, o BBA teve lucro líquido de US$ 34,13 milhões, sobre patrimônio líquido de US$ 75,26 milhões –rentabilidade de 44,8%. No primeiro semestre de 93 o lucro foi de R$ 18 milhões, com menor rentabilidade, porque o patrimônio líquido foi aumentado quase 50%, para R$ 109 milhões. Texto Anterior: Como o banco foi escolhido Próximo Texto: Lloyds aposta no fim da inflação Índice |
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