São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 1994
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Amigo de Clinton deixa Tesouro

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Roger Altman, subsecretário do Tesouro dos Estados Unidos e amigo pessoal do presidente Bill Clinton, renunciou ontem ao cargo como consequência de testemunhos supostamente falsos prestados ao Congresso norte-americano no caso Whitewater.
Frank Newman, secretário-adjunto do Tesouro para Finanças Domésticas, é cotado como o possível sucessor.
Altman era acusado de ter fornecido, em fevereiro passado, informações confidenciais ao presidente Clinton sobre o rumo tomado pelas investigações do caso Whitewater.
No pedido de demissão enviado a Clinton, Altman afirma que }sob as circunstâncias atuais, isso é o melhor a fazer. A resposta de Clinton foi direta: }Acredito que você deu o passo certo.
Também é esperada esta semana a renúncia de Jean Hanson, principal advogada do Departamento do Tesouro e acusada de encobrir manobras da Casa Branca no caso Whitewater.
Altman foi um dos primeiros funcionários do governo a aparecer como envolvido no caso Whitewater –onde há a suspeita de o casal Bill e Hillary Clinton ter realizado operações imobiliárias e financeiras irregulares no Estado do Arkansas, que já foi governado pelo atual presidente.
Agindo como chefe da Resolution Trust Corp., que investigava empréstimos irregulares aos Clintons em Arkansas, Altman enviou por fax à Casa Branca informações confidenciais e artigos de jornal sobre o caso.
Os documentos foram enviados ao conselheiro da Casa Branca, Bernard Nussbaum.
Em depoimentos no Congresso, Altman e Nussbaum afirmaram não se lembrar do episódio, mas parlamentares encontraram cópias dos documentos nos arquivos da Casa Branca e rastrearam mais de 40 contatos.
Nussbaum deixou o cargo semanas depois e Altman ficou sob pressão desde o seu depoimento.
A advogada Jean Hanson vem sendo pressionada a sair por ter, supostamente a pedido de Altman, informado o presidente Clinton sobre os rumos das investigações no caso Whitewater.
As saídas de Altman e Hanson vêm sendo esperada há semanas e ainda é possível que um terceiro funcionário do Tesouro, Joshua Steiner, siga pelo mesmo caminho.
As demissões devem diminuir as críticas dos deputados republicanos (da oposição) contra o presidente Clinton, mas não terão consequências imediatas sobre o futuro do caso Whitewater.

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