São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 1994
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Adesão a FHC é um complô, afirma petista

AMÉRICO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, definiu o apoio de dissidentes de vários partidos ao seu principal adversário, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), como um "complô" contra sua candidatura.
Segundo Lula, "toda a elite conservadora brasileira" se uniu contra o PT.
Ele pretende utilizar isso para tentar fortalecer a sua estratégia de comparar FHC ao ex-presidente Fernando Collor de Mello.
O petista definiu essas "elites conservadoras" como pessoas que "criam moeda e desmontam moeda, que baixam a inflação e aumentam a inflação a bel-prazer de seus interesses econômicos".
O candidato deu essas declarações quando analisava o apoio dado a FHC por políticos como o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
Na avaliação de Lula, essas adesões ao tucano são feitas pelas mesmas pessoas que se uniram para apoiar Collor em 89. Naquela eleição, Simon aderiu a Lula no segundo turno.
Para ele, as adesões vão servir para demarcar cada vez mais dois campos políticos na eleição. A estratégia petista a partir de agora será dizer que os grupos aliados de FHC defendem a "mesmice" na política brasileira.
Ao criticar o adversário, o petista voltou a dizer que FHC "não parece o Ali Babá", e avançou: "mas você olha no palanque dele e os 40 ladrões estão ali, batendo palma para tudo que ele fala".
Ontem, Lula se reuniu em sua casa, pela manhã, com o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.
O candidato negou que eles tenham discutido uma estratégia a ser adotada pelos sindicatos das categorias que tenham data-base em setembro, outubro e novembro.
Existe o temor de que uma onda de greves contra o Plano Real possa ampliar ainda mais a vantagem de FHC sobre Lula nas pesquisas.

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