São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 1994
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Tucanos fazem ofensiva para ampliar apoios

TALES FARIA
GABRIELA WOLTHERS

TALES FARIA ; GABRIELA WOLTHERS ; GILBERTO DIMENSTEIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O comando da campanha de Fernando Henrique Cardoso desencadeou uma ofensiva para aumentar os apoios partidários ainda no primeiro turno.
A possibilidade de FHC se eleger já no primeiro turno das eleições é o principal argumento utilizado para atrair novas adesões: quem anunciar apoio agora teria lugar garantido no eventual governo de Fernando Henrique.
A ofensiva já começou a surtir efeito no PMDB, no PPR, e até no PDT entre outros partidos, como o PL e o PP.
O argumento de vitória no primeiro turno só é passado em conversas reservadas. Na última reunião do comando da campanha de FHC, terça-feira, foi decidido não permitir o vazamento para a imprensa desse tipo de avaliação.
Motivo: poderia levar a um clima de "já ganhou", o que diminuiria o ímpeto dos cabos eleitorais. Para a opinião pública em geral, poderia parecer fisiologismo e prepotência.
Mas, nas análises que os coordenadores políticos da campanha tucana fazem das pesquisas eleitorais, a vitória definitiva no primeiro turno já é considerada entre as hipóteses mais prováveis.
Mas o próprio FHC deixou escapar a euforia com as alianças: "Se o apoio vem espontaneamente, quanto mais melhor. Não estou trocando nada por apoio e o meu palanque é o do povo brasileiro."
A ofensiva já provocou uma crise no PMDB. Depois que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) anunciou seu apoio a FHC, foi a vez do ex-presidente José Sarney também entrar em cena.
Ele disse ontem à Folha que no segundo turno vai "ajudar o PMDB a manifestar apoio oficial" a FHC. Sarney, na realidade, já está ajudando: cobrou uma reunião da direção do PMDB para "repensar" a candidatura Quércia.
Irritado, o presidente do partido, Luiz Henrique –que também tem simpatia por FHC– se viu obrigado a distribuir uma nota na qual cobra o apoio a Quércia como "um dever ético".
FHC já arrancou também o apoio explícito do candidato do PDT ao governo do Paraná, Jaime Lerner, e, de uma forma mais acanhada o apoio do candidato ao governo do Mato grosso, Dante de Oliveira.

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