São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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Globo separa atores e modelos em sua escola de interpretação

MARCELO MIGLIACCIO
DA SUCURSAL DO RIO

A Rede Globo resolveu colocar modelos e atores em classes diferentes na sua oficina de interpretação, que funciona no Rio e tem como objetivo revelar novos talentos para futuras produções.
Até 20 dias atrás, os dois grupos frequentavam as mesmas turmas, que durante os três meses de curso recebem aulas de impostação de voz, expressão corporal, interpretação e dança.
Cada classe tem, atualmente, 16 alunos. Segundo Di Biasi, em média, 80% dos que concluem a oficina são aproveitados.
Foi assim com nomes hoje populares como Leonardo Vieira, Maria Luísa Mendonça, Eduardo Moscovis e Murilo Benício.
Isso não quer dizer, porém, que os modelos deixaram de interessar à emissora. "Eles adquirem desenvoltura desfilando e não deixam de viver personagens em comerciais", afirma o diretor.
Ele cita o exemplo da ex-miss Brasil e hoje atriz Vera Fischer para sustentar a tese segundo a qual modelos podem se transformar em bons atores.
Com aulas ministradas de segunda a sexta, a oficina oferece, ainda, palestras de psicólogos, cineastas, executivos de mídia e de diretores da própria emissora.
Para ingressar na oficina, os candidatos devem se cadastrar na rua Lopes Quintas, 279 (Rio), ou na avenida Angélica, 421 (São Paulo). É preciso ter entre 18 e 35 anos e levar uma foto. Em seguida, é marcado um teste, através do qual é feita a primeira triagem.
Embora as inscrições se limitem a Rio e São Paulo, a Globo procura mão-de-obra em todo o Brasil. Di Biasi esteve há poucos dias num festival em Blumenau (SC).
Antes, ele fora a Curitiba (PR), de onde trouxe para a oficina Licurgo Spinola, cotado para ser um dos futuros astros globais.

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