São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
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Governo define sorte do real, diz Arida

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do BNDES, Pérsio Arida, 42, um dos principais formuladores do Plano Real, acha que a sociedade já fez sua parte, ao demostrar confiança na nova moeda. Agora, "tudo depende do governo", conclui.
O plano irá bem, na opinião de Arida, se o governo não emitir dinheiro para cobrir deficit, para comprar dólares ou para pagar juros. E se continuar a privatização e controlar as estatais.
Mas se é duro para o governo, para a economia como um todo o Plano Real é expansionista, nunca recessivo, assegura o presidente do BNDES.
Em sua opinião, o programa distribui renda para os mais pobres e instala um clima de confiança para novos investimentos, que já estão ocorrendo.
Além disso, sem inflação, a economia tem um ganho geral de eficiência e passa a produzir mais com os mesmos recursos. Forma-se assim um ambiente positivo.
Para dar sequência ao plano e retomar o crescimento, Arida considera necessário a "desregulamentação do câmbio", de modo a facilitar o trânsito de moedas, e iniciar as reformas estruturais.
Com essa desregulamentação, Arida acha que a cotação do real em relação encontrará seu exato valor de mercado.
Considera essencial a privatização dos serviços públicos e de infra-estrutura. E pergunta: se a China comunista está privatizando estradas, por que não aqui?
Arida acha que o presidente Itamar Franco não é um fator de instabilidade e agiu de forma a garantir e sustentar o plano.
Arida falou à Folha na última sexta, no escritório do BNDES na avenida Paulista, em São Paulo.

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