São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994 |
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Prédio na USP vira 'supercentro' de exposições
ANDRÉ MUGGIATI
O Paço das Artes ganha, a partir de 22 de setembro, um espaço próprio, com área de 6.000 m2. O novo endereço será na entrada da Cidade Universitária. Atualmente, o Paço funciona no prédio do MIS (Museu da Imagem e do Som), nos Jardins (zona oeste). Ele deverá ocupar a parte concluída do prédio de 42 mil m2 conhecido como o "esqueleto da USP". O prédio começou a ser construído em 1973, teve as obras paralisadas em 76 e retomadas somente em 91 (leia texto ao lado). Além da área destinada a exposições –de 2.000 m2–, o Paço conta também com um subsolo e um terraço. O subsolo terá um anfiteatro para 150 pessoas e uma área administrativa. O terraço –ao ar livre– terá um café, jardins e áreas destinadas a performances. O Paço existe desde 1970, mas teve sempre sedes provisórias, primeiro em um prédio na avenida Paulista, depois na Pinacoteca do Estado e recentemente no MIS. Ele foi criado com o objetivo de funcionar como uma galeria de arte destinada a mostrar a obra de artistas desconhecidos. O Paço será o único local da cidade, além do Masp, habilitado a apresentar mostras de grandes artistas internacionais, por ter o ambiente da área de exposição climatizado (temperatura de 19º C, ar seco e luminosidade controlada). Esta climatização é uma das exigências deste tipo de exposição, como a recente retrospectiva de Matisse, exposta em vários países. O piso foi feito em abiurana, madeira nativa da Amazônia e as escadarias são em mosaico português e granito. Segundo Sara Goldman Bels, diretora do Paço desde 87, o espaço que será inaugurado "vai ajudar a absorver a produção cultural brasileira". As atividades programadas serão de três tipos: retrospectivas de artistas de renome, exposições com novos talentos e mostras temáticas. A organização do Paço das Artes manterá um cadastro de nomes de artistas desconhecidos. Anualmente, várias exposições serão destinadas a apresentá-los. O Paço já está recebendo portfólios de artistas interessados em participar das exposições. O projeto da Secretaria Estadual da Cultura é transformar o "Esqueleto da USP" no "Centro Estadual de Cultura", que terá três salas de teatro, biblioteca, auditórios, restaurante e alojamento para convidados. Segundo o secretário estadual de Cultura, Ricardo Otahke, o projeto total vai custar US$ 50 milhões. Até agora, a única parte pronta –que abrigará o Paço das Artes– custou US$ 1 milhão ao Estado. Para Otahke, a obra não será finalizada neste governo. "O orçamento da secretaria é insuficiente para a conclusão da obra." Texto Anterior: Hingel faz apelo ao Ministério da Fazenda; Tentativa de roubo a carro-forte faz 2 mortos; Prefeitura vai plantar 2 milhões de eucaliptos; Confronto com camelôs faz 5 feridos no Rio Próximo Texto: O NOVO PAÇO DAS ARTES Índice |
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