São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 1994 |
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Cinemas ressuscitam 'sessão maldita'
PATRICIA DECIA
O Colégio Bandeirantes, que promove atualmente a única sessão regular às 24h, no Cinearte, também tenta ampliar o circuito da meia-noite. Negocia uma sessão, aos sábados, em uma das salas de exibição do shopping Iguatemi. A idéia tem boa aceitação junto ao público de cinema. O ator Dênis Victorazo, 27, que foi assistir o filme "A Causa Secreta" ontem, é um que "adoraria" a volta da sessão maldita. "Ir ao cinema é o único programa civilizado que se pode fazer nesse horário. Os bares e restaurantes acabam ficando sempre lotados e por consequência insuportáveis", afirma. Victorazo diz que a falta de sessões à meia-noite faz São Paulo ser comparável a uma cidade do interior. "Você fica sem nenhuma opção de programa cultural", diz. Menos radical, a estudante Vivian Carolina Trombini, 18, que estava na fila para ver "Morango e Chocolate" ontem no Espaço Banco Nacional de Cinema, acha que o melhor da sessão maldita é poder sair mais tarde de casa. "Às vezes você resolve sair às 21h e já não dá para pegar mais nenhuma sessão. Não dá nem tempo de se arrumar com risco de perder o filme", afirma. Mesmo com as opiniões favoráveis, muitos exibidores continuam afirmando que a sessão da meia-noite é antieconômica. A experiência do colégio Bandeirantes e da Look Filmes mostra o contrário: cinema lotado desde que começou a Midnight Madness (loucura da meia-noite) em junho de 92. "Nós usamos uma estratégia para atrair o público que é distribuir convites-cortesia", afirma Hubert Alqueres, 33, organizador da sessão e um dos diretores do colégio. Segundo ele, a partir de 50 pagantes, o cinema começa a ter lucro. Só para saber: o Cinearte tem cerca de 500 lugares. Texto Anterior: COMO FUNCIONARÃO OS SEMÁFOROS INTELIGENTES Próximo Texto: Para exibidoras, falta estrutura Índice |
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