São Paulo, sexta-feira, 26 de agosto de 1994
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Candidato diz que ajuda é legal e vê armação

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Mário Covas, disse ontem à Folha que o empresário Antonio Dias Felipe é seu amigo e ajuda de forma "legal" à sua campanha.
"Felipe ajuda na minha campanha. Eu não deveria dizer isso, mas ajuda, ajuda dentro dos termos da lei", disse.
Segundo Covas, a "denúncia" é uma armação dos seus adversários, diante do seu favoritismo nas eleições.
O tucano disse que a notícia criaria "problema" para a campanha, mas que está consciente e tranquilo para apresentar as suas contas à Justiça Eleitoral.
"Tenho um passado limpo, basta saber como foi a minha administração na Prefeitura de São Paulo", afirmou.
Covas disse que o serviço que a Tejofran presta aos comitês da sua campanha tem sido feito mediante à utilização de bônus eleitorais.
O senador afirmou que usou como escritório a sede da Tejofran devido à amizade que mantém com Felipe. "Só saí de lá quando achei que a minha presença lá estava atrapalhando ele (Felipe)", disse.
"É evidente que se você tem alguma coisa escusa esse não é o lugar que você vai escolher para mostrar a cara. Agora, foi uma pessoa que me ajudou, eu usei o escritório dele, usei os telefones dele, usei gente que trabalhava no escritório dele, durante um ano, quase".
Segundo o candidato do PSDB, o fato de despachar na sede da Tejofran não significa que a empresa tenha sido favorecida de alguma maneira ou possa ser beneficiada num eventual governo Covas.
O candidato disse que utilizou a Tejofran como escritório porque o proprietário do seu antigo escritório, na Vila Mariana, havia solicitado de volta o imóvel.
"Não acredito que ele (Felipe) esteja usando o meu nome para fazer negócios de nenhuma natureza", disse. "Não vejo nada demais a arrecadação legal de recursos".
Os assessores do senador Mário Covas atribuem a divulgação das relações do candidato com o empresário ao secretário de Governo de São Paulo, Frederico Pinto Coelho, o Lilico, irmão do governador Fleury.
"Foi o pauteiro Lilico", disse à Folha Oswaldo Martins, assessor de imprensa de Covas. "Isso não é notícia".

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