São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Sebastião Camargo morre aos 84 anos

Dono da Camargo Corrêa é cremado em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Sebastião Ferraz de Camargo Penteado morreu na sexta-feira, às 23h45, em São Paulo.
Tinha 84 anos. Era dono da construtora Camargo Corrêa, 21ª maior empresa do país segundo o ranking Folha 300.
Segundo a família, o empresário teve morte natural. Estava em sua casa, na rua Noruega, região sul de São Paulo.
O corpo foi velado no hospital Albert Einstein. De lá foi levado ao cemitério de Vila Alpina (zona leste sul de São Paulo), onde foi cremado às 16h.
Sebastião Camargo, como era conhecido, era casado com Dirce Navarro de Camargo Penteado, tinha três filhas –Rosana, Renata e Regina– e 11 netos. Tinha seis irmãos (três deles vivos).
Várias personalidades passaram ontem pelo velório. Entre eles estavam o deputado Hélio Bicudo (PT-SP) e o ex-governador paulista Laudo Natel.
Empresas
Claudio Jacoponi, diretor da Participações Morro Vermelho Ltda., holding do grupo dirigido por Sebastião Camargo, disse que nada vai mudar na rotina das empresa.
Segundo ele, Camargo era "muito previdente" e já havia profissionalizado a administração das 30 empresas do grupo.
Mesmo assim, Camargo continuava na ativa. Presidia a holding e era integrante do conselho de administração de todas as empresas.
Será nos vários conselhos de administração pela família: a mulher, filhas e genros.
Segundo Jacoponi, as empresas do grupo "estão muito sólidas, financeira e economicamente".
A holding Morro Vermelho reúne 30 empresas das áreas têxtil, cimento, metalúrgico e serviços de engenharia.
A principal empresa do grupo é a Construções e Comércio Camargo Corrêa, fundada em 1946. A empresa faturou US$ 500 milhões no ano passado.
Atualmente a empresa está construindo as usinas hidrelétricas de Porto Primavera, no rio Paraná, no sudoeste do Estado de São Paulo, e Serra da Mesa (GO), a rodovia Carvalho Pinto (prolongamento da rodovia dos Trabalhadores) no Vale do Paraíba (SP) e a linha Vila Madalena do Metrô de São Paulo.
Hidrelétricas
No início de sua atividade, as empresas de Camargo Corrêa na área de construção civil subempreitavam obras de movimentação de terras trabalhando em pequneos trechos de construção de estradas.
A companhia teve seu maior crescimento quando decidiu ingressar na construção de usinas hidrelétricas, a partir da década de 60.
No início, a empresa cuidava apenas das escavações. Em 1962 ficou pronta a primeira usina complentamente construída pelo grupo, a de Jupiá (SP), no rio Paraná.
A Camargo Corrêa foi a maior construtora do país até o meados dos anos 80.

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