São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994 |
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Dekassegui envia US$ 2 bi ao Brasil por ano
CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
Esses números constam de documento que será entregue pelo governo brasileiro, no próximo dia 30, ao ministro das Relações Exteriores do Japão, Yohei Kono, que vem ao Brasil. O documento foi elaborado pelo deputado federal Diogo Nomura (PL-SP). "Estamos pleiteando que os dekasseguis recebam um tratamento ainda mais especial. O grande problema com eles, hoje, é que a maioria trabalha sem seguro social e sem assistência médica." Na busca de salários que variam entre US$ 2.000 e US$ 3.000, brasileiros no Japão têm trabalhado até 15 horas por dia, inclusive nos finais de semana, para remeter dinheiro a seus familiares. Muitos têm problemas de depressão. Estima-se que, dos 200 mil trabalhadores latino-americanos no Japão, pelo menos 40 mil entraram irregularmente no país. No Peru, maior exportador de dekassêguis, depois do Brasil, os trabalhadores têm feito operações plásticas e comprado nomes para irem ao Japão. No Brasil, o truque são os casamentos arranjados. Fábio Koji, 21, voltou em março passado do Japão. Trabalhou quase dois anos no país, fez "um um pé de meia" e espera que o Plano Real dê certo, para não ter que voltar mais ao Japão. "Trabalhava 14 horas por dia e resolvi voltar ao Brasil porque estava muito cansado. É difícil se adaptar àquelas condições de trabalho." Texto Anterior: Comissão quer mudar imagem Próximo Texto: Casamento e operação são 'truques' Índice |
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