São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994 |
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TV Alpha aposta na discrição e no erotismo de "bom nível"
MURILO GABRIELLI
Fontoura diz que são duas as razões para essa postura: não chocar o público mais conservador –tática importada aos similares norte-americanos– e não ultrapassar a capacidade de atendimento da emissora. Atualmente ela conta com 3.000 assinantes. Esse número aumenta em cerca de 400 ao mês. Fontoura, um profissional de marketing com passagens pela Johnson's e Rede Bandeirantes, foi das primeiras pessoas a se candidatar a uma licença de canal de UHF em São Paulo. "Sempre me interessei pela área, tive uma produtora de multivisão aos 21 anos de idade", diz. Dono da concessão, passou algum tempo sem saber o que colocaria no ar. "Cheguei a pensar em um canal rural, que traria cotações agrícolas, rodeios e conselhos de moda para fazendeiras." Desse projeto original, sobreviveram apenas os rodeios, que preenchem parte da programação vespertina da TV Alpha. A escolha dos filmes eróticos para mote do canal não se deve, segundo Fontoura, a preferências pessoais: "Eu tinha visto no máximo uns quatro desses filmes na minha vida". Hoje, se diz consumidor voraz do gênero. "Afora selecionar os filmes que exibo, sempre que possível assisto ao canal em casa". Foram fatores econômicos, portanto, a ditar a opção: "Era muito caro fazer um canal de notícias, e já havia um excesso de especializados em cinema". Para preencher o restante da programação –os eróticos só vão ao ar após as 22h–, Fontoura optou por esportes radicais. Alpinismo e corridas de lanchas são alguns das modalidades exibidas e que, acredita ele, são praticadas por seus "sofisticados clientes". Hoje, o principal desafio da emissora é vencer o estigma de pornográfico. "Só exibimos dois ou três filmes mais pesados por semana. Nosso espectador prefere o filme erótico de bom nível e com enredo". Texto Anterior: <FT:"MS Serif",SR><PT:14>"Jô" tem melhores entrevistas<FT><PT> Próximo Texto: SBT investe US$ 25 mi em nova sede Índice |
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