São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 1994 |
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Mães de meninas desaparecidas fazem protesto no centro do Rio
FERNANDA DA ESCÓSSIA
O CBDDCA (Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente), entidade que ajuda as mães das crianças desaparecidas, suspeita da ação de uma quadrilha de prostituição infantil. As mães vêem pontos em comum nos desaparecimentos. Todas as meninas são crianças bonitas e saudáveis, de família pobre, com idades variando de 9 a 12 anos. A polícia não conseguiu encontrar corpos das garotas. Cristina Leonardo, do CBDDCA, disse que a entidade e as famílias já receberam vários telefonemas anônimos informando que as garotas estão em zonas de prostituição no Rio e no restante do Brasil. A última criança desaparecida é Karin Aline Reis, 12. Ela sumiu no dia 9 de agosto, depois de sair de casa, na Lapa (centro), para comprar figurinhas. Joana dÁrc Souza de Sena, 35, levou para a manifestação um cartaz cobrando investigação policial e um retrato da filha Suzana, 9. A menina desapareceu em maio deste ano, quando foi a uma papelaria. "Tenho esperança que vou encontrar minha filha." As mães das crianças prometem fazer uma manifestação toda segunda-feira, na Cinelândia, até conseguirem notícias das meninas. Elas tomaram a decisão depois de manter contato com o grupo argentino "Mães da Plaza de Mayo", que faziam protestos semanais para encontrar os filhos desaparecidos na ditadura militar. As mães criaram um símbolo para o movimento: uma boneca de pano, que elas pretendem reproduzir em cartazes e panfletos. A boneca original pertencia à garota Vanessa Porfírio, 10. Ela desapareceu em junho da rua do Riachuelo, no centro. "A polícia ainda diz que nós estamos envolvidos com traficantes. É mentira. Queremos nossas filhas de volta. Meu coração me diz que minha filha está viva", dizia Suely Porfírio, mãe de Vanessa. Texto Anterior: Veja a íntegra dos telefonemas Próximo Texto: Advogado de Noal pede habeas corpus no STJ Índice |
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