São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 1994
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Diego Rivera terá retrospectiva

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Se entre as obras de Rufino Tamayo que vêm à 22ª Bienal não há nenhuma das mais famosas, entre as de Diego Rivera estão várias das mais marcantes.
São 17 desenhos e 14 telas de todas as décadas da carreira de Rivera. Entre as telas, estão obras caras como "Retrato de Ruth Rivera" (1949), avaliado em US$ 2 milhões, e "Desfile do 1º de Maio em Moscou" (1956), avaliado em US$ 1,6 milhão.
Os 31 trabalhos, somados, estão avaliados em cerca de US$ 16,5 milhões. Só em seguro, a uma taxa internacional de 0,2%, isso implica à Bienal um custo de US$ 33 mil. Ou melhor, ao patrocinador; cada sala especial do evento será inteiramente bancada por uma empresa, que custeará não só seguro, mas também montagem, climatização e transporte das obras.
Ruth Rivera, do retrato milionário, era a filha de Diego, mãe de Juan Coronel –que é quem organiza a sala do avô para a Bienal. Em entrevista à Folha no primeiro semestre deste ano, Juan Coronel disse que, além das 31 obras, serão montadas aqui quatro réplicas de murais de Rivera.
Com isso, configura-se uma retrospectiva do artista considerado o maior modernista mexicano, mas em geral reduzido historicamente a líder do muralismo socialista.
Esse reducionismo é comum na crítica brasileira, que não se conforma com o sucesso das obras do modernismo mexicano no mercado internacional, o que não ocorre com o modernismo brasileiro.
A vinda das mais diversas fases de Rivera pode mudar o preconceito e mostrar que há mais diferenças entre Nafta (o acordo comercial da América do Norte) e Mercosul (o da América do Sul) do que supõe nossa vaidade.
(DP)

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