São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 1994
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Chanceler quer Japão mais atuante

DA REDAÇÃO

O ministro das Relações Exteriores do Japão, Yohei Kono, defende maior participação de seu país no cenário internacional.
Com 57 anos, Kono também exerce o cargo de vice-primeiro-ministro. Ele está no seu décimo mandato como deputado.
Como presidente do conservador Partido Liberal Democrático, ele foi um dos responsáveis pela formação do governo liderado pelo socialista Tomiichi Murayama.
Kono, que chega hoje ao Brasil para visita de quatro dias, concedeu por fax a seguinte entrevista.

Folha - Qual é a finalidade de sua viagem ao Brasil?
Yohei Kono - Tendo em vista que na América Latina o regime democrático se firma e têm sido consistentes os resultados alcançados pelas reformas econômicas baseadas no mercado, é importante para o Japão, cujas responsabilidades no concerto das nações vem se ampliando, aprofundar os entendimentos com a região.
Folha - O sr. acha que a instabilidade política vem prejudicando a recuperação japonesa?
Kono - Embora a nossa economia esteja passando por um período de ajustes, pode-se dizer que está havendo uma expansão do consumo individual e crescente otimismo na avaliação conjuntural das empresas. A economia já começa a dar sinais de recuperação.
Folha - Como estão as negociações com os EUA?
Kono - A posição do nosso país é a de que não se pode concordar com qualquer atitude que contrarie os princípios do livre comércio ou admitir a realização de conversações sob a pressão de sanções.
Folha - Como o Japão pretende colaborar nas atividades da ONU de manutenção da paz?
Kono - Baseado no entendimento de que cabe ao Japão prestar colaboração compatível com sua posição e responsabilidade no cenário internacional, acredito ser importante que o país contribua com o envio de contingente humano às operações de manutenção da paz.
Folha - No caso de o candidato do PT sair vitorioso nas eleições presidenciais, isso afetará os investimentos japoneses no Brasil?
Kono - Para a dinamização dos investimentos no Brasil, o setor privado japonês entende ser essencial que haja um ambiente favorável aos investimentos, como a estabilização da economia brasileira por meio do controle da inflação e outras políticas.
Espera-se que o novo Presidente se empenhe em criar esse ambiente favorável aos investimentos.

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