São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 1994
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Líder petista critica direção da campanha

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A bancada do PT na Câmara realizou reunião ontem para forçar uma maior participação no comando da campanha presidencial do partido. Os deputados acham que a direção faz uma campanha muito voltada só para os petistas.
"O Lula é candidato a presidente da República, não do PT", disse ontem o líder do partido na Câmara, José Fortunatti (RS).
Fortunatti disse que não importa o fato de o comando ser integrado por políticos "sem voto". "É verdade. São sem voto, mas isso não importa. O que interessa é que nós (parlamentares) temos representação que vai além do PT".
O deputado disse que os parlamentares pretendem participar mais das decisões no segundo turno. Mas fez uma ressalva: "Se eles (a direção) não se sentirem ofendidos".
O líder afirma que a bancada tem recolhido sugestões de vários setores de fora do PT. "Os não-petistas acham o programa muito fechado, feito para o PT. É preciso ser mais amplo", afirmou.
Fortunatti disse que algumas sugestões já foram aceitas pelo comando, mas nem todas.
Apesar disso, ele acha que o programa de TV já está "mais criativo, com um discurso menos pesado, como sugerimos. O Lula está mais descontraído. Também já estamos mostrando o palanque do FHC com a sua tropa de choque".
O líder rebateu críticas do presidente do PT, Rui Falcão, à suposta omissão dos deputados na direção da campanha de Lula. "Nunca foi colocado que deveríamos ter representação no comando", disse.
Ele afirmou que o deputado José Genoíno (SP) foi indicado para representar a bancada no comando por iniciativa da bancada. "Estamos participando dentro das nossas possibilidades".
Luiz Eduardo Greenghalgh, um dos coordenadores da campanha de Lula, contesta parte das afirmações de Fortunati.
Ele concorda que Lula deve ser o candidato de toda a sociedade, mas se opõe às críticas públicas do deputado. "Como líder da bancada, ele tinha que vir às reuniões do comando e fazer as observações, não à sociedade, e sim ao PT".

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