São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 1994
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FHC reage e ataca Ministério Público

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato do PSDB à Presidência, Fernando Henrique Cardoso, criticou ontem à noite o Ministério Público por pedir abertura de inquérito para apurar uso da máquina pública em sua campanha.
Irritado, ele disse que a Procuradoria "deveria se preocupar com coisas mais graves". Citou como exemplo o inquérito sobre a corrupção na Comissão de Orçamento do Congresso, ainda não concluído: "Deveria acabar com o inquérito dos anões do Orçamento."
As críticas foram dirigidas especificamente ao procurador-geral da República, Aristides Junqueira.
Foi ele quem pediu ao corregedor-geral, Flaquer Scartezzini, abertura de inquérito contra FHC.
FHC disse que a notificação "é normal" em uma democracia e que, se for chamado, dará explicações ao corregedor. "O que eu quero é que essa prática zelosa se estenda a outros pontos da vida administrativa", ironizou o tucano.
FHC afirmou que "é ridículo" pensar que "a esta altura" ele estaria "preocupado em usar a máquina pública" em sua campanha.
"O que uma inauguração de obra acrescenta em votos, quando o universo de eleitores do Brasil é de 95 milhões de pessoas?", disse.
A assessoria de imprensa do procurador Aristides Junqueira disse que "as denúncias de corrupção na Comissão de Orçamento do Congresso não podem ser tratadas de forma leviana". Segundo a assessoria, o processo político, a cargo do Congresso, é diferente do processo jurídico, a cargo da Procuradoria.

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