São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 1994
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CMN aprova hoje medidas para frear queda do dólar

Governo estuda ainda poupança programada para deter consumo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo começa a adotar medidas para minimizar os principais problemas enfrentados hoje pelo Plano Real: a queda do dólar e o aumento do consumo, via incentivos à caderneta de poupança.
Ontem, o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, anunciou que o governo vai adotar medidas que estimulem a procura de moeda estrangeira dentro do país.
A maior demanda por dólares permitiria que a cotação parasse de cair ou até se recuperasse ligeiramente, sem a necessidade de o Banco Central intervir no mercado de câmbio como comprador (emitindo reais).
Hoje, o CMN (Conselho Monetário Nacional) deverá aprovar pelo menos duas medidas neste sentido: a ampliação do prazo para compra de dólares por importadores e devedores em dólar e a criação de um fundo de investimento em títulos da dívida externa.
O impotador poderá fechar agora o câmbio (comprar o dólar) para operações que serão realizadas em até 360 dias (embarcadas), escapando do risco cambial.
Ricupero descartou a abertura de conta em moeda estrangeira para os exportadores. O governo não quer nada que possa se assemelhar a uma dolarização.
O ministro voltou a falar na possibilidade de o governo criar novas modalidades de poupança. O objetivo é desestimular o consumo, sem que se tenha que adotar medidas impopulares (como controle direto do crediário).
Uma das idéias é uma poupança programada, vinculada à compra de bens duráveis. A nova poupança seria uma espécie de consórcio, só que sem sorteio.
Outro objeto de estudo é a possibilidade de criar uma poupança trimestral ou semestral que pague uma remuneração maior do que a atual.
A grande dificuldade é conseguir evitar que isso provoque, ao mesmo tempo, encarecimento de custo para o mutuário da casa própria. "Temos algumas idéias engenhosas", afirmou Ricupero.

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