São Paulo, sexta-feira, 2 de setembro de 1994
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No over, taxa de juros cai

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Ao mesmo tempo em que o Banco Central anunciava o aperto no compulsório, abria o mês calibrando juros mais baixos no over.
Como se previa, o BC manteve em 5,26% –portanto estável– a taxa-over nos negócios com títulos públicos. Como setembro terá menos dias úteis que agosto, a projeção de juro efetivo é de 3,75% ao mês. Agosto fechou com 4,16%.
Não há contradição entre as medidas do compulsório e a política de juros no overnight.
O Banco Central pretende evitar que a procura por crédito se aqueça muito, favorecendo a formação de estoques por parte das empresas e o aumento excessivo das compras dos consumidores finais através do crediário.
Aquecimento de vendas pode se traduzir em elevação de preços.
Como o governo é o maior tomador de crédito na economia, também quer evitar que o setor privado dispute com ele a disponibilidade de dinheiro para empréstimos. Se isto acontecesse, o BC teria de pagar juros mais altos para colocar títulos públicos.
O compulsório, como o próprio nome diz, amplia o mercado cativo para os títulos públicos. O governo fica menos dependente do mercado.
Resultado: o BC consegue elevar os juros dos empréstimos sem onerar ainda mais a dívida pública.

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