São Paulo, sexta-feira, 2 de setembro de 1994
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Maluf quer privatizar o Teatro Municipal

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O prefeito Paulo Maluf quer privatizar o Teatro Municipal. Em entrevista ontem à Folha, Maluf afirmou que esta é a principal meta cultural de seu governo. Também estão em estudo, na Secretaria do Planejamento, as privatizações do Autódromo de Interlagos e do estádio do Pacaembu.
Ontem o Prefeito assinou decreto declarando de utilidade pública a Associação Patronos do Teatro Municipal de São Paulo. Segundo o prefeito, com a privatização, a associação poderá administrar o teatro.
"Estamos fazendo o estudo com cuidado para ter uma defesa sólida quando o projeto chegar à Câmara Municipal, que vai aprovar ou não a privatização", diz Maluf.
Balé da Cidade
Quanto à demissão de 26 dos 29 bailarinos em atuação no Balé da Cidade de São Paulo, o prefeito afirmou que a decisão é irrevogável. A demissão ocorreu porque no último dia 6 de agosto os bailarinos, em protesto contra atrasos nos pagamentos de salários, entraram em greve pouco antes do início de um espetáculo no Municipal.
"Fiquei profundamente aborrecido com a atitude antidemocrática e arrogante dos bailarinos, que foram orientados politicamente", afirma Maluf. "A prova disso é que o primeiro protesto que recebi foi da Comissão de Cultura da Câmara Municipal de São Paulo, que é presidida por um petista."
O prefeito ainda não sabe se promoverá concurso para formar um novo elenco, que não contará com os bailarinos que participaram da greve. "Posso também importar um balé de um outro lugar para dançar em São Paulo", cogita Maluf. "Gosto de cultura, mas não permitirei indisciplina e bagunça na cidade. A atitude com os bailarinos foi a mesma que tomei com os médicos que fizeram greve no Hospital de Campo Limpo Paulista."

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