São Paulo, sexta-feira, 2 de setembro de 1994
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Exército britânico chegou a Belfast em 69

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

O Exército britânico começou a patrulhar as ruas da Irlanda do Norte em agosto de 1969, após a explosão da violência entre protestantes e católicos.
No começo, a minoria católica recebeu os soldados com flores e presentes, vendo neles uma esperança de fim da violência.
Mas as boas-vindas foram rapidamente substituídas por desconfiança e temor, com relatos de partidarismo do Exército. Líderes nacionalistas acusam tanto o Exército como a polícia norte-irlandesa de discriminar a população católica e proteger e até armar grupos paramilitares protestantes.
O governo nega e diz investigar todas as denúncias de partidarismo de soldados e policiais. A maioria da força policial local é protestante, apesar do esforço de Londres para atrair católicos para a polícia.
Há cerca de 17.500 soldados britânicos e 13.000 policiais patrulhando as ruas da Irlanda do Norte. Dos 3.168 mortos nos conflitos iniciados em 1969, 944 eram membros das forças de segurança.
É comum os soldados britânicos montarem barreiras nas ruas de Belfast em busca de terroristas. Eles também patrulham as "fronteiras" entre os bairros protestantes e católicos.
O governo britânico gasta cerca de US$ 1,5 bilhão por mês com a polícia, prisões e compensação paras as vítimas da violência, mais US$ 1,5 bilhão para manter o Exército na Irlanda do Norte.
Com a perspectiva do fim da violência, há temor de desemprego no setor de segurança. Mas economistas afirmam que, para cada dois empregos perdidos, três serão criados no restante da economia pelo processo de paz. (SM)

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