São Paulo, sábado, 3 de setembro de 1994
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Caso foi armado pelo PT, dizem tucanos

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O comitê de campanha do presidenciável Fernando Henrique Cardoso (PSDB-PFL-PTB) adotou uma nova estratégia para tentar reverter as repercussões negativas decorrentes da assessoria que o norte-americano James Carville presta ao candidato.
Os tucanos vão afirmar que todo o caso foi armado pelo PT.
Ontem, o comitê divulgou a íntegra da "newsletter" –boletim informativo vendido por assinatura– que originou o caso nos EUA.
Foi o boletim "Counterpunch", de Washington, que trouxe, pela primeira vez, a informação de que FHC teria contratado Carville –consultor do presidente dos EUA, Bill Clinton– para dar assessoria à sua campanha.
O próprio presidente do PSDB, Pimenta da Veiga, afirmou que chegou a ser convidado para uma reunião com Carville.
"Casualmente, não pude ir", disse o tucano na quarta-feira. Após falar com o comando da campanha, voltou atrás.
Para os tucanos, uma prova de que a história é uma manobra petista é o fato de o boletim ser editado por Ken Silverstein.
Segundo eles, o jornalista é autor do livro "Without Fear of Be Happy" (Sem Medo de Ser Feliz), que relata a campanha do petista Lula à Presidência em 1989.
No texto da "newsletter", os tucanos identificam diversos trechos que comprovariam que Silverstein tem simpatias pelo PT.
"Para Washington, a ameaça de uma guinada do Brasil à esquerda sempre está presente", diz o documento. "A ameaça hoje é o candidato Luiz Inácio Lula da Silva".
O boletim afirma que "os bancos internacionais" estão fazendo um "esforço conjunto" para "instalar como presidente" FHC, "um promotor da austeridade, privatização e do catecismo-padrão dos neoliberais".
O texto indaga ainda: "Por que o Plano Real não foi implementado quando Cardoso ainda era ministro da Fazenda? Resposta: o plano teria explodido cedo demais".

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