São Paulo, sábado, 3 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Controle da poluição é precário em São Paulo

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A medição da qualidade do ar em São Paulo é feita de forma precária. A rede de monitoramento do ar –composta por um computador central, 25 estações de medição fixas e duas móveis– tem 15 anos e está totalmente ultrapassada.
Quatro das 25 estações estão constantemente "fora do ar" para manutenção. Para a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), esse número é "normal".
Além disso, em muitos pontos da cidade onde há bastante poluição, como a marginal Tietê, não existe um número adequado de estações de medição.
Segundo a assessoria de imprensa da Cetesb, seria necessário dobrar o número de estações para se ter uma idéia real da qualidade do ar em São Paulo.
No início de 93, o governo estadual fez uma licitação para compra de equipamentos mais modernos, que foi homologada em novembro do mesmo ano. Mas até hoje não houve substituição.
Segundo o gerente de Qualidade Ambiental da Cetesb, Silvio Oliveira, 52, os equipamentos serão substituídos assim que acabar a Operação Inverno, quando é feito um acompanhamento mais rigoroso da qualidade do ar.
"Compramos computadores modernos da Philips italiana. Em maio, fizemos um levantamento do que precisava ser substituído e estávamos prontos para a troca. Mas como seria preciso parar todo o sistema por pelo menos um mês, resolvemos adiar para depois da Operação Inverno", diz Oliveira.
Em outubro, quando os índices de poluição voltam ao normal, a Cetesb deve parar o sistema de medição por pelo menos 30 dias para trocar os equipamentos.
Oliveira afirma que ainda não está definido o número de novas estações de medição que entrarão em funcionamento.
"Estamos fazendo um levantamento das áreas mais poluídas e que ainda não têm estações de medição. Mas ainda não sabemos onde e quantas estações novas serão implantadas", diz Oliveira.
Melhora
Uma frente fria que está se deslocando do Paraná para São Paulo diminuiu a intensidade da poluição na Grande SP e em Cubatão, onde foi suspenso o estado de emergência (leia texto ao lado).
Ontem, apenas dois locais continuavam em estado de atenção (Guarulhos e Cubatão-Vila Parisi). Em 17 estações, a qualidade do ar era inadequada e em 2, regular.
Apesar da entrada da frente fria no Estado, são poucas as chances de chuvas no interior, região mais afetada pela falta de chuvas.
Mas o abrandamento da inversão térmica (fenômeno causado por massas de ar quente que impedem a dispersão dos poluentes) e a volta dos ventos deverão contribuir para melhora da qualidade do ar.

Texto Anterior: Capitania dos Portos proíbe a navegação ao redor de Alcatrazes
Próximo Texto: Estado de emergência é suspenso em Cubatão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.