São Paulo, sábado, 3 de setembro de 1994
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Vendas de imóveis explodem

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Construtoras e imobiliárias estão comemorando recordes de vendas de apartamentos novos em agosto na cidade de São Paulo.
O maior volume de negócios é de imóveis de dois e três dormitórios, na faixa de R$ 50 mil a R$ 70 mil, típicos de classe média.
O crescimento da procura bateu também nos imóveis de maior valor. Neste caso, dizem as imobiliárias, a compra é para investimento.
Esse segmento de mercado está sendo estimulado por ex-aplicadores do mercado financeiro ou por aqueles que estão investindo os ganhos obtidos nas bolsas de valores.
A imobiliária Fernandez Mera faturou 150% a mais em agosto sobre o mesmo mês 93. "É o melhor resultado dos últimos anos", diz Elbio Fernandez Mera, diretor.
Em apenas duas semanas, foram vendidos três prédios de apartamentos (168 unidades), com três dormitórios. Cada apartamento custa R$ 70 mil.
"Batemos o recorde absoluto de vendas de apartamentos novos em agosto", afirma Sérgio Vieira, vice-presidente da imobiliária Coelho da Fonseca. Em agosto, a empresa faturou US$ 20 milhões, o dobro do mesmo mês de 1993.
A construtora Company registrou crescimento de 50% nas vendas em agosto sobre julho e o mesmo mês do ano passado, informa Walter Lafemina, presidente.
Na construtora Comcyb houve um incremento de 15% nos negócios entre julho e agosto comparado ao primeiro semestre, segundo Ricardo Yazbek, proprietário.
Depois da parada técnica nas primeiras semanas de julho para digerir as regras do real, os empresários creditam parte da retomada dos negócios imobiliários à estabilização da economia. A outra parcela é resultado, segundo eles, de um processo de reengenharia que resultou em projetos inteligentes e mais baratos.
Resultado: em julho foram lançados 19 empreendimentos residenciais novos em São Paulo. Em agosto, devem ter sido lançados amis de 50 empreendimentos.
O fenômeno do crediário, com prestações fixas e prazos longos, responsável pelo aquecimento das vendas de eletrodomésticos junto às camadas mais pobres, estaria, segundo Mera, se repetindo agora com imóveis para a classe média.
No último final de semana, conta Mera, os negócios de alto padrão começaram a deslanchar. Sua empresa, por exemplo, vendeu cinco apartamentos, com quatro dormitórios e três garagens, no Morumbi, zona sul, avaliados em R$ 200 mil cada.
É consenso no mercado de que agora é um boa hora para comprar. O preço dos imóveis estaria 40% abaixo das cotações de 1989.

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