São Paulo, domingo, 4 de setembro de 1994
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Ministro pode depor sobre uso da máquina

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Aristides Junqueira, considera que as declarações do ministro Ricupero são um elemento importante no inquérito sobre o uso da máquina do governo em favor da campanha de FHC.
Aristides, que também chefia o Ministério Público Eleitoral, reuniu-se ontem com seu vice Antônio Fernando Barros para discutir o caso. Eles não devem pedir novas providências à Justiça, ao menos por enquanto.
O inquérito foi aberto terça pelo corregedor-geral-eleitoral, Flaquer Scartezzini, a pedido de Aristides.
O Ministério Público vai aguardar que o próprio corregedor determine os próximos passos do inquérito –por exemplo, a possível notificação de Ricupero para prestar esclarecimentos.
Para Aristides, os bilhetes do ministro Alexis Stepanenko –confessando o uso eleitoral das obras do governo– ainda são as provas mais importantes até agora.
"O problema é usar dinheiro público em favor de um candidato", comentou o procurador.
Segundo ele, a gravação das declarações de Ricupero captadas por parabólicas não prova, por si, que a máquina administrativa esteja sendo usada, mas "é mais um elemento" na investigação.
Por ordem do corregedor Scartezzini, a Rede Globo foi notificada às 22h de sexta-feira para entregar a gravação das imagens transmitidas por satélite, a partir de Brasília, na noite de quinta. O prazo se esgotaria às 22h de ontem.
A notificação, despachada por Scartezzini em Aracaju (SE), foi levada à sede da emissora, em Brasília, por um policial federal.
O jornalista Carlos Monforte, que conversou com Ricupero, recusou-se a assinar a notificação, recebida por outro funcionário.

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