São Paulo, segunda-feira, 5 de setembro de 1994
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As damas de Xangai

CIDA SANTOS

A seleção brasileira feminina inicia neste final de semana a luta em busca do melhor resultado de sua história. O time se classificou para o quadrangular final que apontará o campeão do Grand Prix. A disputa não será fácil. A nata do vôlei estará reunida em Xangai: Brasil, China, Cuba e Japão. O sistema é turno único: todos jogam contra todos. Ao dono da melhor campanha, o título.
O jogo mais esperado pelas brasileiras é contra as cubanas. Nos três quadrangulares classificatórios do Grand Prix, as duas seleções caíram em chaves diferentes.
O Brasil terá a oportunidade de jogar pela primeira vez nesta temporada contra a seleção completa de Cuba. Nos confrontos deste ano entre as duas equipes, Cuba jogou sem duas titulares: Magaly Carvajal e Regia Torres.
No mundo do vôlei feminino existe hoje uma unanimidade: Cuba é a melhor seleção do mundo. Desde 92, o time vem ganhando tudo: Olimpíada, Copa do Mundo, Grand Prix de 93.
Até mesmo a revista norte-americana "Volleyball" esqueceu as diferenças ideológicas e deu a foto de capa do seu primeiro número deste ano para a principal estrela cubana: a atacante Mireya Luis.
Com 1,75 m, Mireya é até baixa para ser uma atacante. Mas dentro da quadra, ela contraria a lógica. O técnico dos EUA, Terry Liskevych, não esquece uma cena da Canada Cup, em 87. Por um erro da levantadora, a bola foi parar no canto da rede, quase em cima da antena. Era uma bola perdida. Mireya, com sua impulsão fantástica, pulou lá no alto e cravou a bola na quadra adversária.
O técnico norte-americano diz que naquele momento só conseguiu murmurar: "Meu Deus, como ela consegue ir tão alto?".
A atacante dos EUA Karen Kemner, que em 93 jogou na Leite Moça, também já sentiu a força de Mireya. Karen conta que na Olimpíada de 92, ao tentar defender um ataque da cubana, levou uma bolada na perna. Ficou dois dias com a marca da bola na pele.
A pergunta que fica no ar é: China, Brasil ou Japão conseguem superar Cuba? A China tem tradição, velocidade e joga em casa. O Japão mostra uma equipe surpreendente que eliminou os EUA.
O time brasileiro está jogando com três atacantes de meio no time titular. Isso representa muita velocidade em quadra. Além disso, o Brasil tem atacantes de muita força e Fernanda, uma levantadora habilidosa. É esperar pra ver.

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