São Paulo, quarta-feira, 7 de setembro de 1994
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Brasil deixa de receber US$ 200 mi da Alemanha

JOSÉ ROBERTO CAMPOS
ENVIADO ESPECIAL A DÜSSELDORF

O Brasil deixou de ter acesso, desde o início de julho, a créditos do governo alemão de US$ 200 milhões. O atraso na votação do orçamento de 93 pelo Congresso –ainda não aprovado– levou as estatais, especialmente as do grupo Eletrobrás, a não quitarem parcelas correspondentes a cerca de US$ 233 milhões desde maio.
Estes créditos foram reescalonados no âmbito do Clube de Paris e vinham sendo pagos. "Desde a crise da dívida e a posterior reestruturação dos débitos, em 1983, é a primeira vez que isto acontece", afirmou Hans Heydemeck, presidente do lado alemão da Comissão Mista Brasil-Alemanha e diretor das operações na América Latina da Ferrostaal (grupo Mau).
US$ 800 milhões em empréstimos da chamada linha "Hermes" (da seguradora privada responsável pela operação junto ao governo alemão, devem vencer até o final deste ano. Os créditos têm o aval oficial e servem, entre outras modalidades, para financiar importações da Alemanha para grupos privados ou estatais brasileiras.
O atraso no pagamento levou bancos credores, junto aos quais foi feita a cobertura do risco, a cobrarem os débitos do governo alemão. Segundo Heydemeck, o governo alemão teve de pagar inicialmente cerca de US$ 170 milhões. O Parlamento recusou-se a renovar as linhas de financiamento.
"As empresas alemãs no Brasil sofreram um impacto negativo, pois precisam urgentemente de financiamento", afirmou.
As explicações dadas a empresários alemães foi a de que o Tesouro não poderia liberar as parcelas vencidas sem que montante correspondente constasse do orçamento aprovado para as estatais.
O jornalista JOSÉ ROBERTO CAMPOS viajou à Alemanha a convite da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha

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