São Paulo, quarta-feira, 7 de setembro de 1994
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Aluguel também puxará IPC-r de setembro

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O aluguel residencial, vilão da inflação de agosto, ainda pode pressionar o IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em real) de setembro, segundo Márcia Quintslr, chefe do Departamento de Índices de Preços do IBGE.
Quintslr disse que os 20,05% de alta captados em agosto, que geraram uma pressão de 0,96 ponto percentual sobre os 5,46% do IPC-r do mês, corresponderam a aumentos detectados em 20% dos quatro mil domicílios pesquisados mensalmente.
Ela disse que nos outros 80%, correspondentes a 3,2 mil domicílios, estão os casos de aluguéis não reajustados entre 16 de julho e 15 de agosto, período de coleta do índice do mês passado, ou os que ainda estavam em fase de renegociação e irão aparecer nos índices de setembro ou próximos.
A técnica do IBGE explicou que a metodologia usada pelo órgão para medir a variação dos aluguéis capta a cada mês toda a variação de preços verificada porque todos os domicílios da amostra são visitados todos os meses.
A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), que também mede os preços ao consumidor, tem outro método de pesquisar os aluguéis.
Segundo Márcia Quintslr, a Fipe visita a cada mês apenas uma parte da sua amostra, captando paulatinamente os reajustes ao longo de um período.
Foi a existência de metodologia da Fipe que levou o ex-ministro Rubens Ricupero e outros membros do governo a dizerem que o IBGE errou. Para Quintslr "os dois métodos estão corretos e são aceitos internacionalmente".
INPC
A inflação de agosto medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE foi de 1,85%, com queda de 5,90 pontos percentuais em relação aos 7,75% de julho.
Os aluguéis residenciais contribuíram com 0,91 ponto percentual, quase a metade do índice.
O INPC se baseia na cesta de consumo de famílias que ganham até oito salários mínimos. Os preços foram coletados de 30 de julho a 29 de agosto e comparados com os de 1 a 29 de julho.
O INPC de agosto não tem mais nenhuma relação com a alta de preços dos últimos dias da URV e do cruzeiro real.
No INPC, a variação dos aluguéis foi de 20,05%, contribuindo para que o grupo habitação liderasse a alta geral, com 7,90%.
Os alimentos subiram apenas 0,66%, graças a uma alta de 19,52% no subgrupo raízes, tubérculos e comestíveis.
Também ontem o IBGE divulgou o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de agosto, que registrou uma inflação de 1,86%. Em julho foi de 6,84%.
FGV
A Fundação Getúlio Vargas divulgou ontem o IPC-RJ (Índice de Preços ao Consumidor do Rio de Janeiro) de agosto, sem "contamiação" do cruzeiro real, que ficou em 2,26%.

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