São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994
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Ciro é 'odalisca da caatinga', diz Quércia

Peemedebista volta a atacar tucano

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo ministro da Fazenda, Ciro Gomes, e o candidato à Presidência pelo PMDB, Orestes Quércia, retomaram ontem a série de ataques pessoais que travam desde março de 1993.
"No Ceará, ele (Ciro) é conhecido como a odalisca da caatinga, porque é exibicionista, quer aparecer", disse Quércia, ontem em São Paulo.
O peemedebista reagiu ao desprezo com que o novo ministro tem se referido a ele.
Anteontem, Ciro Gomes disse que chamaria o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma conversa sobre o uso da máquina pública na eleição.
Em relação à Quércia, porém, o ministro foi direto: "Essa conversa pressupõe que os candidatos tenham boa-fé".
Ontem, o ex-governador paulista afirmou ainda que "talvez" o presidente Itamar Franco "não tenha serviço de informações". "Ele está indicando um ministro, para uma pasta importante, que provocou toda a sorte de corrupção lá em seu governo no Ceará", disse.
Segundo Quércia, há "dezenas" de casos de corrupção envolvendo Ciro Gomes. Perguntado sobre eventuais provas, Quércia ameaçou: "Aguarde".
Ciro Gomes, segundo Quércia, não têm condições de ser ministro. "É um destemperado, um desequilibrado." Para ele, a indicação de Ciro reflete a disposição do governo em continuar usando a máquina administrativa para favorecer Fernando Henrique (PSDB).
"Ciro Gomes usou a máquina total no Ceará em benefício do candidato do governo. É um outro Collor na vida do Brasil. O Collor não tinha noção. Para ele, Alagoas era a expressão do país. Para esse cidadão, é o Ceará", declarou o Quércia.
O tiroteio verbal entre ambos começou em março de 1993, quando Ciro disse que "deixaria o país", se Quércia fosse eleito. Quércia sugeriu a Ciro a compra da passagem.
Em janeiro passado, Ciro afirmou que, pós-Collor, "nenhum marginal seria eleito presidente". Quércia rebateu: "Ele é ladrão, filho de ladrão e dissimulado, porque usa brinco fora do expediente". Em março, Ciro disse que Quércia estava no "esgoto".

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