São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994
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Lula falta a reunião e direção radicaliza

AMÉRICO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A direção do PT aproveitou a realização de uma reunião plenária com a militância do partido para radicalizar o seu discurso eleitoral.
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu ao evento, realizado ontem em seu comitê de campanha. O candidato ficou em casa, descansando.
Durante a plenária, vários dirigentes partidários aumentaram o tom de suas críticas ao governo federal e aos adversários políticos.
O presidente do partido, Rui Falcão, afirmou em discurso que o PT vai tentar aumentar o "desgaste" do governo em seu programa eleitoral de TV.
Falcão criticou os empresários. "Não vamos tratar os empresários como bandidos, mas vamos colocá-los em seu devido lugar".
O presidente estadual do partido, Arlindo Chinaglia, também radicalizou. Ele disse que os militantes vão fazer boca-de-urna, apesar de a lei eleitoral proibir.
O candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Aloizio Mercadante, aos gritos, atacou a imprensa e adversários.
"Eles podem publicar a pesquisa e o editoral que quiserem porque eles não sabem com quem estão lidando", ameaçou. Segundo Mercadante, o partido não "está brincando de fazer política".
Os militantes resolveram seguir a mesma linha de radicalização. Até a direção da campanha de Lula foi publicamente criticada.
Vantuil Túlio Santos, que afirmou ter sido segurança do ex-líder comunista Luiz Carlos Prestes, acusou os dirigentes do partido pelo desempenho eleitoral de Lula. Foi muito aplaudido.
As críticas a FHC não foram poupadas. O presidente municipal do partido, Cândido Vacarezza, por exemplo, chamou o tucano de "representante dos bandidos".

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