São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994
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CUT racha na eleição dos condutores de SP

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da briga no ABCD, agora é a vez de a CUT rachar, trocar socos e pontapés no Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Ramo de Transportes, Urbanos, Rodoviários e Anexos de São Paulo.
A crise é tão séria que está comprometendo todo o processo eleitoral da entidade.
O racha se consolidou no dia 9 de agosto, em assembléia no sindicato com cerca de 800 presentes, quando seria eleita a comissão para organizar as eleições.
Apareceram duas chapas com membros da atual diretoria: a chapa 1, composta pela corrente CUT pela Base, com o apoio do atual presidente do sindicato, Edivaldo Santiago Silva, e a chapa 2, com o apoio da Articulação Sindical, da Corrente Sindical Classista (PC do B) e do antigo PPS.
Após votação apertada –cada uma das chapas diz que ganhou por sete votos– a luz foi apagada e cerca de 100 cédulas sumiram. Aí começou uma séria briga, com socos e pontapés, mesa e porta quebradas. Cada uma das chapas põe a culpa na outra.
Diante disso, a executiva da CUT Estadual São Paulo desautorizou os diretores da entidade a falarem em nome da CUT e chamou reunião de conciliação no dia 22.
"A executiva da CUT Estadual é tendenciosa e apóia a chapa 2", diz Edivaldo. Sua chapa fez outra assembléia, no dia 30, em Santo Amaro, da qual não participou a chapa 2, e elegeu comissão eleitoral só com membros da chapa 1.
A chapa 2, por sua vez, considera que a sua comissão eleitoral (com dois membros da chapa 1 e três da chapa 2) é a válida.
Osvaldo Francisco Ramos, o Juruna, diretor do sindicato e do PC do B, admite que "há boatos de que liminar obtida pelo Edivaldo derruba a validade da nossa comissão. Mas não fomos comunicados oficialmente."
Juruna acusa Edivaldo de banditismo e negociações fraudulentas. Diz que busca audiência de conciliação entre as partes na Justiça.
Edivaldo, por sua vez, diz que a Articulação se negava a fazer greves contra a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina. "Nossas discordâncias começaram aí." Houve também, segundo ele, disputa por cargos na nova chapa.
Edivaldo diz que se até o dia 19 a chapa 2 não se inscrever na sua comissão, haverá chapa única nas eleições, marcada na assembléia de Santo Amaro para outubro.

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