São Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994
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Comércio tem melhor agosto em 4 anos

NEIVALDO JOSÉ GERALDO
DA REDAÇÃO

Desde 1990 o comércio varejista de São Paulo não vendia tanto em um mês de agosto quanto vendeu este ano. É o que revelam os números preliminares da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, divulgados ontem.
Puxado pelo crediário e pelos bens duráveis o comércio varejista em geral obteve em agosto faturamento real 22% superior ao do mês de julho.
E não é só: as vendas cresceram em meio a uma queda média de preços de 0,94%, segundo o IPV (Índice dos Preços do Varejo ) da Federação do Comércio.
Segundo Wladimir Furtado de Brito, assessor econômico da Federação do Comércio, "o faturamento do comércio deste mês de agosto ficou cerca de 1% abaixo do registrado em 90", mas superou os de 91, 92 e 93". Sobre agosto de 93 o crescimento é de 27%.
Foram os bens duráveis (geladeiras, fogões, televisores, videocasste etc) que puxaram o faturamento do comércio. Este grupo proporcionou aos lojistas, em agosto, faturamento real 43% maior do que em julho. No mesmo período os preços do grupo caíram 2,33%, também a maior queda.
Sobre agosto do ano passado o faturamento dos duráveis foi 73% superior e no acumulado do ano o acréscimo é de 27%.
Furtado afirma, porém, que os números não refletem uma explosão de consumo. "Explosão mesmo tivemos em 86, no Plano Cruzado, quando o faturamento em agosto daquele ano foi 45% superior ao número de agosto de 94".
Ainda segundo ele, como foi o crediário um dos grandes responsáveis pelas vendas de agosto, "muitas pessoas não devem continuar com o mesmo fôlego de compras, pois estão endividadas".
Para ele, a perspectiva do comércio é fechar este ano nos mesmo níveis de 1990, "o que já seria um grande avanço", diz.
Os semiduráveis (vestuário, tecidos e calçados) faturaram mais 15% em agosto em comparação com julho.
No grupo veículos e material de construção a ampliação de faturamento foi de 25%.
Para o grupo não duráveis (produtos que balizam o desempenho dos supermercados) o faturamento real cresceu em agosto 4%.

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