São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 1994
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Cirurgia com histeroscópio cura hemorragia de bancária

"Retirar o útero é cortar um pedaço importante da gente"

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um sangramento incontrolável levou a bancária Fátima Ferreira, 38, a tentar uma cirurgia com o método de histeroscopia há dois meses.
Desde o ano passado, Fátima estava com hemorragia uterina. "No começo, as menstruações foram ficando mais longas. Nos últimos meses, eu tinha sangramentos quase todos os dias."
"Fiz um ultra-som que não mostrou alterações e o médico achou que o problema fosse passar espontaneamente".
O sangramento se agravou e Fátima passou a ter uma sensação de peso no ventre. Um especialista sugeriu a avaliação do útero com a histeroscopia.
"Nunca tinha ouvido falar do exame mas aceitei a idéia. O método é indolor e você sente o mesmo desconforto de qualquer exame ginecológico."
Descobriu-se um mioma (tumor benigno) e algumas alterações no endométrio (revestimento interno do útero).
Fátima, que tem dois filhos e não pretendia engravidar novamente, teve que optar entre retirar todo o útero ou usar o histeroscópio para cortar o mioma e retirar apenas o endométrio.
"Resolvi tentar o novo método. Para mim, tirar o útero é cortar um dos pedaços mais importantes da gente. É tirar o lugar onde eu gerei meus filhos."
No dia seguinte, ela já estava em casa. Não menstruar não está sendo um grande problema. "No início, fiquei meio chocada. Hoje acho até cômodo."
(JB)

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