São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 1994
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Alíquotas podem cair para 14%, diz Ciro

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Fazenda, Ciro Gomes, anunciou ontem à noite no Rio que o governo reduzirá ainda esta semana, de 20% para 14%, a alíquota modal do II (Imposto de Importação).
O termo modal engloba a maioria dos produtos importados.
Esta redução –cuja portaria será analisada hoje em encontro entre o ministro e o presidente Itamar Franco, no hotel Glória, zona sul– poderá ser ainda maior, segundo Ciro Gomes.
"Estamos dispostos, para garantir o nível ótimo de equilíbrio entre oferta e procura, a descer mais se for necessário. O que não vamos permitir é o desiquilíbrio entre oferta e procura, que seria muito ruim para o Plano Real", disse o ministro.
A redução da alíquota dos produtos importados é uma estratégia do governo para combater eventuais aumentos de preços e o ágio que vem sendo cobrado dos interessados em comprar carros zero quilômetro.
Hoje os carros importados pagam 35% de imposto. No domingo, Ciro havia dito que os carros podem ser taxados em 20%. Outros produtos, como eletrodomésticos, pagam entre 20% e 30%.
"Superaquecimento"
Ciro Gomes afirmou que a facilidade para se importar carros não resultará em demissão de trabalhadores pela indústria automobilística.
"O impacto desta importação em nada deve mexer no nível atual de empregos, na medida em que vamos facilitar a importação para cobrir o excesso de demanda. Se há excesso de demanda que vamos cobrir, não há nenhum emprego ameaçado", afirmou o ministro.
Propostas
A redução da alíquota modal para 14% foi discutida por Ciro Gomes, assessores econômicos e pelo ministro da Indústria e Comércio, Élcio Álvares.
Havia propostas de se acabar com a alíquota de importação ou aplicar um corte de 50% sobre ela.
Ciro Gomes negou que tenha havido divergências com o ministro da Indústria e Comércio a respeito do percentual firmado para a maioria dos produtos.
"Ele concordou comigo. Esta semana entra em vigor a nova alíquota", disse o ministro da Fazenda.
LEIA MAIS sobre importações na pág. 2-3

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