São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 1994
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Tucano se reúne com empresários

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Durante duas horas, Fernando Henrique Cardoso se reuniu ontem à noite com presidentes e representantes de multinacionais que atuam no Brasil.
O encontro, na casa do empresário Andrea Matarazzo, em São Paulo, não constava da agenda do candidato.
FHC falou do Plano Real e fez projeções sobre o futuro da economia brasileira. Falou ainda sobre seu programa de governo e do programa de privatização.
Sérgio Motta, coordenador de operação da campanha tucana, foi o único auxiliar de FHC a acompanhá-lo.
Estavam presentes cerca de 30 empresários. Havia grande esquema de segurança em torno da casa onde houve a reunião, na rua Alasca, Jardim América.
Ao deixar o local, alguns empresários evitaram se indentificar. O próprio FHC também criou mistério em torno do encontro.
"Vim visitar um ex-aluno meu", afirmou o tucano, ao chegar, às 18h30. Não quis dizer com quem se reuniria. Sérgio Mota também se recusou a falar. "Eu sou apenas convidado", disse.
Entre os presentes, estavam dirigentes de bancos estrangeiros, como do Banco América do Sul, de capital japonês.
A indústria automobilística estava representada por Silvano Valentino, da Fiat, e dirigentes da Mercedes-Benz.
Bayer, Rhodia, Hoechst, Dupont, Ciba Geigy, Basf, Shell e Akzo também enviaram representantes.
A reunião foi descontraída. Não houve jantar. Foram servidas bebidas e salgadinhos.
FHC inicialmente apresentou seu plano de governo. Depois, circulou entre os diversos grupos de empresários, conversando com cada um deles.
Não é a primeira vez que o tucano se reúne de forma reservada com representantes empresariais. No início de sua campanha, se encontrou com banqueiros, no Clube Nacional, em São Paulo.
A reunião de ontem também foi tratado com sigilo pela assessoria do candidato. FHC foi à casa de Matarazzo, dono da Metalúrgica Matarazzo, acompanhado apenas de sua equipe de segurança.
Ao sair, às 20h30, disse que a reunião tratou de assuntos econômicos. Segundo ele, os empresários não pediram seu empenho para acabar com as restrições constitucionais ao capital estrangeiro.

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