São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 1994
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Dólar interrompe tendência de queda

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O dólar comercial interrompeu a tendência de queda. Os juros estão em alta e as Bolsas ficaram estáveis. Esse foi em resumo o comportamento dos mercados ontem.
O dólar comercial abriu em alta. No dia anterior, as cotações atingiram R$ 0,85. No início dos negócios, o dólar foi cotado a R$ 0,87, mas não houve sustentação, recuando para R$ 0,858 no fechamento.
O anúncio do Banco Central de medidas cambiais no dia anterior fez com que as cotações do dólar se estabilizassem, interrompendo a tendência de queda.
O BC anunciou que além dos mecanismos de leilão através dos "dealers" (instituições que atuam em seu nome) pode agora atuar através de qualquer banco privado.
A divulgação das medidas do Banco Central ocorreu no mesmo dia em que o dólar comercial chegou a R$ 0,85. Há uma corrente no mercado que acredita que o BC deverá atuar toda vez que o dólar atingir essa cotação.
Alguns analistas trabalham com a hipótese de que o Banco Central atuará sempre que o dólar chegue a R$ 1,00 no mercado futuro. Ontem, as cotações no mercado futuro não atingiram R$ 1,00 em nenhum mês cotado. Para fevereiro de 1995, por exemplo, a cotação fixou-se no fechamento em R$ 0,978.
Ontem houve volume recorde de negócios (532.525 contratos) no mercado futuro de dólar na Bolsa de Mercadorias & Futuros, contra 415.414 contratos no dia anterior.
Há, no entanto, dirigentes financeiros que não acreditam que haja qualquer parâmetro para que o Banco Central realize intervenções no mercado.
No leilão de Bônus do Banco Central, a expectativa do mercado era de que as taxas de juros se situassem entre 5,32% e 5,41% ao mês. A taxa/over média para o prazo de 28 dias foi de 5,477% ao mês.
No mercado futuro de juros (DI), a expectativa é de custo do dinheiro mensal de 3,87% em setembro, 3,89% em outubro e 4,26% em novembro.
A alta nos juros e os movimentos grevistas abriram espaço para realização de lucros (venda de ações). O índice da Bolsa paulista fechou estável a 55.109 pontos.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,124% no último dia 9. A taxa média do over, segundo a Andima, foi de 5,36% ao mês. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,38% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas rendem 2,7285% hoje. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 56,2% e 57,0% ao ano. Os papéis pós-fixados de 122 dias pagaram taxas de 13% a 18,5% ao ano mais a TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: as taxas variaram de 5,38% ao mês a 5,50% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 56,8% e 69% ao ano.
No exterior
Prime rate: 7,75%. Libor: 5,31%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 55.109 pontos e volume financeiro de R$ 319,93 milhões. Rio: alta de 0,1% (I-Senn), fechando com 21.999 pontos e volume financeiro de R$ 33,236 milhões.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.879,86 pontos, contra 3.860,34 no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.046,11 pontos, contra 19.917,25 pontos no dia anterior. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.427,30 pontos, contra 2.425,90 pontos no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,856 (compra) e R$ 0,858 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado, na média, por R$ 0,851 (compra) e por R$ 0,853 (venda). "Black": R$ 0,895 (compra) e R$ 0,900 (venda). "Black" cabo: R$ 0,895 (compra) e R$ 0,900 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,84 (compra) e R$ 0,90 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,54%, fechando a R$ 11,14 o grama na BM&F, movimentando 1,23 tonelada.
No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,5625, contra 1,5695 no dia anteriorem Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5625 marco alemão, contra 1,5695 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 99,03 ienes, contra 98,90 no dia anterior. . A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 390,60, contra US$ 390,90 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para setembro fechou a 3,87% ao mês e a 3,89% para outubro.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,877 para 30 de setembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para outubro fechou a 57.600 pontos.

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