São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 1994 |
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Dias Gomes reescreverá "Irmãos Coragem"
ARMANDO ANTENORE
A emissora pretende lançar o "remake" em janeiro de 95, às 18h, no lugar de "Tropicaliente". A decisão partiu de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, vice-presidente de Operações da Globo. O executivo já cogitara produzir uma nova versão de "Irmãos Coragem" em maio do ano passado. À época, Sérgio Marques –um dos cinco autores que hoje assinam "Pátria Minha"– assumiu a tarefa de refazer a trama. Boni planejava colocar a novela no ar em setembro de 93, às 18h. A saga de Janete Clair substituiria "Mulheres de Areia", também um "remake" da década de 70. Sérgio Marques mal iniciou a adaptação de "Irmãos Coragem" e recebeu a ordem de interromper o trabalho. Boni resolvera deixar a trama para 95, quando a Globo completará 30 anos. A idéia é comemorar a data homenageando Janete Clair, uma das responsáveis por alçar a emissora à liderança absoluta de audiência. Há pouco menos de um mês, Boni procurou Benedito Ruy Barbosa em São Paulo e o convidou para recriar "Irmãos Coragem". O autor, que escreveu recentemente a novela "Renascer", leu os primeiros capítulos da história e recusou a incumbência. "Não me senti à vontade para mexer no universo de Janete Clair. É quase uma intromissão", justifica. Foi então que Boni puxou do colete o nome de Dias Gomes. Poucos conhecem Janete tão bem quanto o dramaturgo. Os dois foram casados por 33 anos (entre 1950 e 1983, quando a novelista morreu) e tiveram cinco filhos. "Nunca fiz um 'remake'. Só aceitei produzir o de 'Irmãos Coragem' porque é a deixa que os diretores da Globo encontraram para homenagear Janete. Ela merece –colocou muitos tijolos no edifício do Jardim Botânico", afirma Dias Gomes, referindo-se à sede carioca da emissora. O dramaturgo adaptará somente os 20 capítulos iniciais da novela. Depois, passará a tarefa para uma equipe de três ou quatro roteiristas. O próprio Dias os escolherá em parceria com Boni. O escritor também deverá supervisionar o trabalho dos autores. "A história de Janete é muito boa. Não irei modificá-la. Os conflitos originais permanecerão os mesmos", afirma o dramaturgo. A nova versão continuará se passando em um garimpo de diamantes. "Vou apenas atualizar aquele cenário. Terei de associar a ele problemas que não existiam nos anos 70, como o tráfico de drogas", explica Dias Gomes. Texto Anterior: Carbono; Toddy Próximo Texto: Trama recria bom selvagem Índice |
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